Minas Gerais, maior produtor de café do mundo, responde por cerca de 54% da produção nacional, abastecendo tanto o mercado interno quanto o exterior, especialmente com cafés especiais. O estado, que tem no café parte de sua identidade cultural e econômica, enfrenta atualmente grandes desafios climáticos que preocupam produtores. Bruno Souza, da Fazenda Esperança, conta que a seca e outras intempéries afetaram fortemente a safra de 2024. A expectativa inicial de 2500 sacas foi reduzida a 1350, uma queda significativa. Segundo levantamento da Faemg, essa redução, em média, atinge 23% da produção de café arábica no estado.
Cerca de 80% da produção de cafés especiais de Minas é destinada ao mercado externo, principalmente para países como EUA e França. Apesar de a escassez aumentar o valor do produto – uma saca de café especial é vendida a R$ 1600 no Brasil e a R$ 2200 no exterior – os produtores mineiros ainda precisam melhorar a valorização internacional do produto, que é vendido 30% mais barato que o colombiano, mesmo tendo qualidade equivalente.
Buscando se adaptar à demanda crescente por cafés de maior qualidade, empresas como a Jequitinhonha Alimentos estão investindo em novas linhas de produtos. A empresa planeja lançar uma linha de cafés superiores, com investimento de mais de R$ 1 milhão em tecnologia e infraestrutura, mirando tanto o público tradicional quanto os consumidores de cafés mais elaborados.
Embora o setor siga otimista quanto ao consumo, os empresários temem que a seca afete ainda mais a safra de 2025, pressionando os preços para o consumidor final. Contudo, o café mantém sua posição como um produto essencial na mesa do brasileiro.