O Brasil está estimado para colher 298,3 milhões de toneladas de grãos em 2024, refletindo uma redução de 5,4% em comparação com o desempenho de 2023, principalmente devido a prejuízos causados por condições climáticas adversas. Essa projeção foi revisada para baixo em relação aos números de fevereiro, indicando uma queda de 0,8%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de março.
O relatório aponta que o resultado negativo foi especialmente influenciado por fenômenos climáticos, como o El Niño. As estimativas foram impactadas por reduções na produção de soja (-2,352 milhões de toneladas em relação ao previsto em fevereiro), milho de primeira safra (-1,013 milhão de toneladas), uva (-158,996 mil toneladas), feijão de primeira safra (-15,460 mil toneladas) e feijão de terceira safra (-7,012 mil toneladas).
Carlos Barradas, gerente do levantamento do IBGE, destacou que problemas climáticos, como excesso de chuvas no Sul e escassez no Centro-Oeste, resultaram em perdas significativas na produção, especialmente de soja e milho de primeira safra. Além disso, os preços em declínio do milho levaram os produtores a reduzir a área de plantio, afetando a segunda safra.
Por outro lado, houve aumentos nas estimativas de produção de cevada, feijão de segunda safra, aveia, batata de primeira safra, trigo, café canephora, mandioca, algodão, sorgo, café arábica, milho de segunda safra e batata de segunda safra.
Os principais produtos da safra brasileira de grãos em 2024 são arroz, milho e soja, que representam juntos 91,6% da estimativa da produção e 87,0% da área a ser colhida. Em relação a 2023, espera-se maior produção de arroz, feijão, algodão e trigo, e menor produção de soja, milho e sorgo.
A produção de arroz está estimada em 10,5 milhões de toneladas, e a de feijão em 3,3 milhões de toneladas, o que deve atender à demanda doméstica sem necessidade de importação. A previsão para a soja é de 146,9 milhões de toneladas em 2024, trigo 9,9 milhões de toneladas, algodão herbáceo 8,4 milhões de toneladas e sorgo 3,8 milhões de toneladas. O milho deve totalizar 116,1 milhões de toneladas, com 24,1 milhões de toneladas na primeira safra e 92,1 milhões de toneladas na segunda safra.
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