O recém-divulgado Censo da Educação Superior 2023, realizado pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Inep, reforça a importância do Ensino a Distância (EAD) no Brasil, apesar das restrições impostas pelo governo federal. Desde a publicação da portaria 508, em junho de 2023, o MEC suspendeu a criação de novos cursos e instituições na modalidade EAD, o que, segundo especialistas, prejudica a expansão do acesso à educação superior.
Os dados do censo revelam que o EAD é a modalidade mais inclusiva, atendendo a uma população mais velha, com menos tempo disponível e, muitas vezes, com maiores dificuldades econômicas. Em 2023, 3,31 milhões de estudantes se matricularam em cursos EAD, quase o dobro das matrículas presenciais, que somaram 1,67 milhões. No total, o EAD ofereceu 19,1 milhões de vagas, comparado às 5,5 milhões de vagas presenciais.
O crescimento do EAD foi significativo nos últimos cinco anos, com uma taxa de aumento de 232%. Além disso, mais de 50% dos municípios brasileiros têm alunos frequentando o ensino superior apenas por meio do EAD, o que evidencia a dependência dessa modalidade em áreas onde o ensino presencial não chega.
Outro ponto importante destacado no censo é a diferença entre o Brasil e os países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) no acesso ao ensino superior. Na faixa etária de 25 a 34 anos, apenas 22% dos brasileiros possuem diploma universitário, em comparação com a média de 47,4% nos países da OCDE.
O setor privado é o grande responsável pela oferta de vagas no ensino superior brasileiro, representando 95% do total. No entanto, as instituições públicas, que são mais resistentes à adoção do EAD, concentram a maior parte das vagas presenciais.
Os dados reforçam que o EAD é crucial para a democratização do ensino superior no Brasil, e as restrições impostas pelo MEC podem comprometer o avanço dessa modalidade.
Para comentar as reportagens acesse; https://www.facebook.com/BHaovivoNews/ , https://x.com/Bhaovivonews e/ou https://www.threads.net/@bhaovivonews
