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Entidades do movimento negro criticam atuação de Anielle Franco em carta enviada a Lula

Dez entidades do movimento negro enviaram uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticando a gestão da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. O documento, assinado por organizações como a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros e a Coordenação Nacional de Entidades Negras, destaca a insatisfação com a morosidade da pasta e aponta o que classificam como “apagamento da participação social” nas decisões relacionadas à promoção da igualdade racial.

O manifesto, além de ser endereçado ao presidente Lula, também foi enviado ao vice-presidente Geraldo Alckmin e a outros ministros, como Rui Costa (Casa Civil), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

As entidades argumentam que a condução das políticas de igualdade racial tem avançado lentamente, com menções a atrasos em ações importantes, como a ampliação de cotas para a 5ª Conferência Nacional de Igualdade Racial, prevista para ocorrer em julho de 2025. Além disso, elas criticam a falta de investimento adequado em políticas voltadas para quilombolas e a ausência de uma comunicação antirracista mais robusta.

Outro ponto levantado pelas organizações foi a demissão de lideranças do movimento negro em cargos estratégicos do governo. A saída de Yuri Silva, ex-secretário do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), que foi desligado de sua função no início de outubro, foi destacada como uma das principais preocupações.

Resposta do ministério

Em resposta, o Ministério da Igualdade Racial, liderado por Anielle Franco, afirmou que grande parte do trabalho realizado até agora foi voltado para a recuperação e reestruturação de políticas públicas que haviam sido desmontadas em governos anteriores. Segundo a pasta, isso demandou tempo, o que explica a percepção de lentidão nas ações.

Sobre as críticas à Conferência Nacional, o ministério esclareceu que a mudança na data do evento foi uma medida necessária para garantir que a conferência estivesse alinhada às regras eleitorais de 2025. Em relação às demissões, a pasta defendeu que essas decisões são prerrogativas da ministra e que novas nomeações estão sendo realizadas com o objetivo de fortalecer a equipe.

Sinalização de diálogo

Apesar das queixas, o ministério se colocou à disposição para dialogar com as entidades e reforçou o compromisso de avançar em políticas de promoção da igualdade racial nos próximos anos. Anielle Franco tem buscado ampliar as ações do ministério em áreas como educação e combate ao racismo estrutural, ao mesmo tempo em que tenta consolidar as políticas retomadas no início do governo Lula.

O manifesto trouxe à tona tensões dentro do movimento negro, que busca maior representatividade e celeridade nas ações voltadas para a comunidade negra no Brasil.


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