O real foi a única moeda entre as principais economias emergentes que se desvalorizou frente ao dólar nesta terça-feira (22). A moeda brasileira encerrou o dia em alta de 0,12%, cotada a R$ 5,6973 no mercado à vista, em um cenário de renovadas preocupações fiscais internas e o fortalecimento global do dólar.
No início da manhã, o dólar chegou a cair brevemente, influenciado por uma arrecadação federal maior do que a esperada em setembro. Porém, o movimento de alívio foi de curta duração, com a divisa norte-americana ganhando terreno ao longo do dia, influenciada por fatores externos, como a possibilidade de retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, e por questões internas ligadas ao quadro fiscal brasileiro.
A apreensão do mercado financeiro com o cenário fiscal brasileiro se intensificou em outubro, fazendo o dólar acumular uma alta de 3,20% ante o real no mês. A declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Washington, de que o governo teria que recompor a base fiscal para cobrir despesas herdadas sem fonte de financiamento, gerou incômodo nos agentes do mercado. Segundo o economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, a fala do ministro indicou que parte do ajuste seria via aumento de despesas, o que não era esperado.
A desvalorização do real ocorreu em um momento em que o dólar também subiu contra outras moedas globais, como o euro e o iene, refletindo a incerteza sobre as eleições presidenciais nos Estados Unidos e o possível impacto de uma eventual vitória de Trump nos mercados financeiros. Mesmo assim, o real teve um desempenho pior em relação a outras moedas emergentes e de exportadores de commodities, sinalizando que as pressões fiscais internas pesaram mais sobre a divisa brasileira.
O índice DXY, que mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas, subiu 0,06%, fechando em 104,075 pontos, em linha com o fortalecimento global da moeda norte-americana.
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