A possibilidade de a taxa Selic alcançar 15% levanta temores entre economistas de que o Brasil possa entrar em um regime de dominância fiscal. Nesse cenário, a política monetária perde parte de sua eficácia em controlar a inflação, pois as decisões de política fiscal, especialmente em relação à dívida pública e à necessidade de financiamento do governo, passam a limitar o efeito dos juros. O economista VanDyck Silveira alerta que um aumento para esse nível indicaria sinais de fragilidade econômica e poderia intensificar o risco de dominância fiscal.
Silveira questiona o gradualismo do Banco Central sob a presidência de Roberto Campos Neto, caracterizado por aumentos pequenos e sucessivos da taxa Selic. Ele sugere que essa abordagem tem deixado as expectativas de inflação sem controle total, resultando em um “cabo de guerra” no mercado. Segundo ele, uma estratégia mais incisiva, com aumentos abruptos da Selic, como os realizados nos Estados Unidos pelo ex-presidente do Fed, Paul Volcker, poderia ser mais eficaz. Esse “choque” de juros, acredita Silveira, sinalizaria claramente a determinação do Banco Central em conter a inflação e estabilizar as expectativas.
A ineficácia do gradualismo é, para Silveira, um ponto crítico. Ele argumenta que os aumentos incrementais de 0,25% minam a credibilidade do Banco Central, pois falham em enviar uma mensagem forte ao mercado. Em vez de evitar uma Selic a 15%, ele teme que esse ritmo leve, ironicamente, a uma necessidade justamente dessa taxa elevada, o que poderia confirmar uma situação de dominância fiscal.
No contexto de dominância fiscal, mesmo taxas elevadas de juros perdem força para combater a inflação, pois a necessidade de financiamento do governo tende a sobrecarregar a economia. Para Silveira, se o Banco Central precisar elevar a Selic a 15%, isso evidenciaria que a política fiscal está dominando a monetária, restringindo a eficácia das altas de juros. Nesse quadro, o Brasil enfrentaria um controle inflacionário mais limitado e menos eficaz, exigindo que o governo adote uma política fiscal mais rigorosa para evitar um agravamento desse cenário.
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