Uma pesquisa recente da Nexus, especialista em inteligência de dados, revelou que 86% dos brasileiros apoiam algum tipo de restrição ao uso de celulares nas escolas. Dos 2.010 entrevistados, 54% defendem a proibição total e 32% sugerem que os aparelhos sejam usados apenas para fins pedagógicos e sob supervisão de professores. O levantamento também destacou que, entre os jovens de 16 a 24 anos, 89% concordam com restrições, embora menos da metade (46%) apoie uma proibição completa. Para Marcelo Tokarski, CEO da Nexus, o apoio reflete uma crescente preocupação com o impacto negativo do uso indiscriminado dos celulares na aprendizagem.
A pesquisa também indicou que a opinião pública sobre o tema é amplamente compartilhada entre diferentes perfis, independentemente de convivência com crianças em idade escolar. As regiões Sul e Sudeste mostraram uma ligeira diferença no apoio às restrições, com o Sul liderando (93%) e o Sudeste com a menor taxa (83%).
Discussões no Congresso e dificuldades de implementação
O debate sobre a regulamentação dos celulares nas escolas também está em pauta no Congresso Nacional. Em outubro, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 104/2015, que prevê restrições ao uso de celulares para estudantes do ensino básico e fundamental, exceto em atividades pedagógicas e para necessidades de acessibilidade. O projeto aguarda votação na Comissão de Constituição e Justiça antes de seguir ao Senado.
Enquanto a proibição é discutida a nível federal, alguns estados, como Minas Gerais, já possuem normativas que limitam o uso de celulares a atividades pedagógicas. No entanto, professores relatam dificuldades em aplicar as restrições de forma rigorosa, principalmente em escolas públicas, onde o controle e a supervisão são mais desafiadores.
Impacto da tecnologia no comportamento e no aprendizado
A pesquisa da Nexus reflete uma preocupação crescente entre pais e educadores sobre o impacto do uso de celulares no ambiente escolar. Sandro Abreu, pai de um aluno de 12 anos, defende a proibição total e observa que o aparelho prejudica o desenvolvimento social e cognitivo dos jovens.
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