O setor público brasileiro encerrou setembro com um déficit primário de R$ 7,3 bilhões, conforme dados do Banco Central divulgados em 11 de novembro. Embora seja uma melhora em relação aos R$ 18,1 bilhões de déficit no mesmo mês do ano anterior, o acumulado em 12 meses permanece preocupante, totalizando um déficit de R$ 245 bilhões, equivalente a 2,15% do PIB.
O resultado em setembro inclui um déficit de R$ 4 bilhões no governo central, R$ 3,2 bilhões nos governos regionais e R$ 192 milhões nas estatais. Já a dívida bruta do governo geral atingiu 78,3% do PIB, ou cerca de R$ 8,9 trilhões, refletindo um aumento acumulado no ano devido principalmente à incorporação de juros nominais, emissões de dívida e variações cambiais.
Em meio a essa situação, cresce a expectativa pelo pacote de corte de gastos prometido pelo governo Lula para garantir a sustentabilidade fiscal. A meta para 2024 é zerar o déficit público, com uma margem de tolerância de até 0,25% do PIB. Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social, afirmou que medidas contra fraudes em programas sociais já reduziram despesas previstas de R$ 175 bilhões para R$ 168 bilhões, podendo alcançar R$ 166 bilhões em 2025.
A situação fiscal está no radar de investidores, pois o controle das contas públicas impacta diretamente a percepção de risco e atratividade do Brasil para investimentos. O cenário atual tem gerado tensão no mercado, com a Bolsa estagnada e o dólar a R$ 5,76.
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