O Prisma Fiscal de novembro, relatório do Ministério da Fazenda, trouxe um alerta preocupante sobre o futuro das finanças públicas do Brasil. Segundo o estudo, realizado com base em expectativas do mercado financeiro, a dívida bruta do governo pode chegar a 98,95% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2033, de acordo com as projeções das cinco melhores entidades no ranking do Prisma. A mediana das previsões também é alta, com estimativa de 95,45%.
A Evolução da Dívida
Atualmente, a dívida bruta do Brasil está em cerca de 78% do PIB, abaixo dos picos registrados durante a pandemia, quando atingiu 87% em 2020. Porém, as novas projeções indicam um crescimento acelerado. Em junho de 2024, as expectativas eram de 86% do PIB para 2030, mas esse número subiu para 92% em outubro e chegou a 95% em novembro, refletindo o aumento da taxa Selic e o maior pessimismo em relação à sustentabilidade das contas públicas a longo prazo.
Arcabouço Fiscal em Xeque
Jeferson Bittencourt, ex-secretário do Tesouro Nacional, destacou que a deterioração das expectativas fiscais está ligada à percepção de que o arcabouço fiscal atual não garante a solvência das contas públicas. Segundo ele, o aumento na Selic e as incertezas sobre a política monetária dos EUA também contribuíram para o agravamento do cenário.
Impactos no Risco Fiscal
Especialistas apontam que a deterioração do risco fiscal já se reflete no mercado financeiro, pressionando ativos e aumentando os custos de financiamento. Bittencourt enfatizou que, apesar de o Brasil ter reduzido a dívida nos últimos anos, as projeções atuais indicam um cenário preocupante para a próxima década.
O estudo Prisma Fiscal se consolida como uma ferramenta importante para acompanhar as variáveis econômicas sob a ótica do setor privado, oferecendo uma visão ampla sobre os desafios fiscais do Brasil e as possíveis consequências de políticas econômicas no longo prazo.
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