A declaração do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), gerou uma grande controvérsia após sugerir, em uma entrevista à Rádio CBN, que “câmeras para todos”, incluindo juízes, governadores e prefeitos, deveriam ser adotadas, tal como ocorre com os policiais. A fala foi interpretada como um “ataque” pelas autoridades do Tribunal de Justiça do estado (TJ-MT), especialmente devido ao recente escândalo envolvendo o pagamento de um ‘vale-peru’ de R$ 10 mil a magistrados.
Reação do Tribunal de Justiça
O presidente do TJ-MT, desembargador José Zuquim Nogueira, criticou veementemente a sugestão do governador, acusando-o de fazer um “ataque gratuito” às instituições do Sistema de Justiça. Segundo o desembargador, Mendes utilizou uma “falsa simetria” de maneira “irresponsável”. A situação se agravou quando o governador mencionou o caso de desembargadores investigados por suposta venda de sentenças, aumentando o desconforto no meio jurídico.
A desembargadora Clarice Claudino da Silva, envolvida na autorização do pagamento do ‘vale-peru’, optou por não comentar a declaração de Mendes. Ela, que recebe um salário líquido mensal de R$ 130 mil, se tornou alvo de críticas frequentes devido aos altos rendimentos no TJ-MT, além da polêmica sobre o pagamento.
Resposta do Governador
Mauro Mendes se defendeu, afirmando que sua declaração foi mal interpretada. Em nota, a assessoria do governo de Mato Grosso esclareceu que o governador não tinha a intenção de atacar a magistratura ou qualquer outra categoria. A declaração, segundo a nota, foi feita de forma genérica e buscava apenas abrir um debate sobre o uso de câmeras por agentes públicos, sem desrespeitar juízes ou desembargadores.
Fala Polêmica sobre Juízes e Ministério Público
O ponto mais polêmico da entrevista de Mendes foi quando ele sugeriu que câmeras também deveriam ser instaladas em todos os juízes, desembargadores e membros do Ministério Público, em resposta a investigações sobre magistrados envolvidos em casos de corrupção. A comparação gerou grande indignação no TJ-MT, que viu a honra dos membros da magistratura questionada.
Críticas e Ação Judicial
A Associação Mato-grossense de Magistrados se manifestou contra a fala do governador, acusando-o de “insinuar comportamentos incompatíveis com a honra das funções judiciais”. A associação anunciou que tomará “providências judiciais cabíveis” para proteger a imagem da magistratura e reafirmou a importância de um diálogo respeitoso entre as instituições, fundamentado na separação de poderes.
Debate sobre o Uso de Câmeras
A declaração do governador sobre o uso de câmeras para magistrados foi feita no contexto de um debate nacional sobre o uso dessas ferramentas por agentes de segurança. O objetivo é aumentar a transparência e reduzir abusos. Contudo, José Zuquim, presidente do TJ-MT, considerou a proposta inadequada para o Judiciário, uma vez que, segundo ele, o processo legal já garante o devido direito de defesa e fiscalização.
Conflito em Ascensão
O impasse entre o Executivo e o Judiciário em Mato Grosso revela a crescente tensão entre as instituições, gerando um debate sobre os limites da crítica e o respeito mútuo entre os poderes. Até o momento, o Ministério Público de Mato Grosso não se manifestou oficialmente sobre o caso.
A polêmica continua a repercutir, destacando as dificuldades no relacionamento entre os poderes e os desafios em torno da transparência e accountability no setor público.
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