A Terra Yanomami, o maior território indígena do Brasil, entra no segundo ano de emergência em saúde pública nesta segunda-feira, 20 de janeiro. A crise, iniciada em 2023, não mostra sinais de uma resolução imediata, com a comunidade ainda enfrentando desafios graves, incluindo o aumento de casos de malária e desnutrição.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu o poder em 2023, iniciou ações para expulsar os garimpeiros que estavam devastando a região, com aproximadamente 20 mil invasores presentes no território. Essas ações buscavam amenizar os efeitos da exploração ilegal de recursos naturais e das doenças endêmicas que afligem os ianomâmis.
Em 2023, 363 mortes foram registradas entre os indígenas, um aumento em relação às 343 do ano anterior. No primeiro semestre de 2024, o número de óbitos caiu para 155, o que representa uma redução de 27%, mas ainda é elevado. No entanto, o governo não divulgou informações completas sobre a situação de saúde na região, citando dificuldades no acesso à população.
O Ministério da Saúde afirmou que não há previsão de término da emergência. No entanto, profissionais que atuam na região esperam que as intervenções possam ser concluídas até 2025. O governo destacou que o foco da transição será a continuidade da assistência, o fortalecimento da atenção primária e a ampliação da infraestrutura de saúde na área.
Malária em Ascensão
Um aumento significativo nos casos de malária foi observado na Terra Yanomami. De 14.450 casos registrados nos primeiros seis meses de 2023, o número subiu para 18.310 no mesmo período de 2024, um crescimento de 26,7%. O governo argumenta que o aumento se deve ao incremento das testagens, embora a mortalidade pela doença tenha diminuído.
Avanços no Atendimento e Infraestrutura
Como parte da resposta à crise, o governo inaugurou sete novos centros de saúde, aumentando para 37 o total de unidades em operação. A equipe de saúde foi ampliada de 690 para 1.759 profissionais, e também houve avanços no fornecimento de água, vacinação e monitoramento nutricional. Em relação à desnutrição, foram localizadas crianças em risco, e 114 mil cestas básicas foram distribuídas.
Investimentos e Desafios Contínuos
O governo liberou R$ 1,7 bilhão em créditos extraordinários para a crise, e a estrutura da Casa de Saúde Indígena (Casai) em Boa Vista foi aprimorada, com a taxa de pacientes diminuindo. No entanto, a situação ainda é crítica, e a área de mineração de ouro foi reduzida em 91%, passando de 4.570 hectares em março de 2024 para 313 hectares em dezembro.
Apesar dos avanços, a crise humanitária na Terra Yanomami continua sendo um retrato de sofrimento e abandono, com a comunidade indígena aguardando medidas mais eficazes para garantir a saúde e a segurança dos seus membros.
CLIQUE NO BANNER E ENTRE PRO NOSSO GRUPO
Para comentar as reportagens acesse; https://www.facebook.com/BHaovivoNews/ , https://x.com/Bhaovivonews e/ou https://www.threads.net/@bhaovivonews