O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (20) uma ordem executiva que classifica cartéis de drogas como organizações terroristas estrangeiras. Embora a lista oficial ainda não tenha sido divulgada, especialistas indicam que facções criminosas brasileiras, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), podem ser incluídas devido às suas operações estruturadas e transnacionais.
A medida deve impactar a criminalidade interna dos EUA e também a de países da América do Sul, que figuram entre os principais produtores de cocaína. A classificação como terroristas pode trazer sanções financeiras, endurecimento de penas e uma abordagem mais agressiva contra esses grupos.
Facções brasileiras e conexão com cartéis
Relatórios da Administração de Repressão às Drogas dos EUA (DEA) já apontam o PCC como um dos principais fornecedores de cocaína para o território americano, em parceria com cartéis mexicanos. O grupo possui uma hierarquia bem definida, controle de rotas de tráfico e presença internacional.
De acordo com o delegado da Polícia Federal Marco Smith, que investiga o crime organizado na fronteira Brasil-Paraguai, facções como PCC e CV se enquadram tanto na definição de cartéis quanto na de terrorismo. “Há registros de atentados a bomba, assassinatos de autoridades e infiltração no sistema político”, destacou Smith.
Nos últimos anos, a presença de facções brasileiras nos EUA tem crescido. Segundo investigações, membros do PCC entram ilegalmente no país para lavar dinheiro, traficar armas e expandir o mercado de cocaína. Relatórios de inteligência apontam que cidades como Miami, Boston e regiões da Pensilvânia têm registrado um aumento na atividade desses criminosos.
Repercussão e possíveis impactos
A classificação de cartéis como grupos terroristas pode levar a sanções severas, incluindo bloqueio de bens e punições para quem financiar essas organizações. Além disso, Trump pode pressionar países latino-americanos a adotarem medidas semelhantes. “É possível que haja pressão para que Brasil e outros países reconheçam essas facções como terroristas”, afirma o cientista político Gustavo Alves.
Se a decisão de Trump se confirmar, os Estados Unidos podem reforçar sua atuação contra esses grupos, potencialmente até mesmo com operações diretas em territórios estrangeiros, como aconteceu no passado com o Plano Colômbia. No entanto, especialistas alertam que uma intervenção direta poderia gerar resistências por parte de governos latino-americanos.
O governo Trump também anunciou uma emergência nacional na fronteira com o México, endurecendo medidas contra imigração ilegal e reforçando a segurança para impedir a entrada de criminosos ligados aos cartéis.
Facções brasileiras no tráfico internacional
O PCC e o CV vêm ampliando sua atuação no tráfico internacional. Dados do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) revelam que o PCC exporta cerca de quatro toneladas de cocaína por mês apenas através do Porto de Santos (SP), com destino principalmente para a Europa e África.
Relatório da ONU sobre Drogas e Crime indica que a produção global de cocaína aumentou 35% entre 2021 e 2022, impulsionada pelo avanço de facções brasileiras em novas rotas de tráfico. Essa expansão tem colocado as autoridades internacionais em alerta, especialmente nos EUA.
Desafios para o combate ao crime organizado
A classificação de cartéis como terroristas abre um novo capítulo na guerra contra o crime organizado, mas também levanta questionamentos. O caso de El Salvador, que reduziu a violência com uma repressão rigorosa contra gangues, demonstra que o enfrentamento direto pode trazer efeitos colaterais, como violações de direitos humanos.
No Brasil, a intervenção federal no Rio de Janeiro, em 2018, demonstrou a complexidade de enfrentar facções criminosas. Ações temporárias geram resultados pontuais, mas sem mudanças estruturais, o problema persiste.
Com a nova diretriz de Trump, resta saber quais países estão dispostos a seguir o mesmo caminho e como isso afetará o combate às facções brasileiras no longo prazo.
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