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Fundador da XP compara cenário atual com impeachment de Dilma e critica direção econômica do Brasil

Guilherme Benchimol aponta desafios econômicos e defende estabilidade cambial e redução dos juros para atrair investimentos estrangeiros

Por bhaovivo

fevereiro 24, 2025

O fundador da XP Investimentos, Guilherme Benchimol, fez uma comparação entre o cenário econômico atual e o período de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. Em sua participação no evento de investimentos Journey, realizado pelo escritório Blue3 em Ribeirão Preto, Benchimol afirmou que a situação econômica do Brasil hoje é mais desafiadora do que naquela época.

“É verdade que as contas públicas hoje estão piores do que estavam lá atrás. Também é verdade que talvez a direção econômica do país não esteja tão clara a longo prazo”, afirmou o empresário. Para ele, é necessário implementar reformas estruturantes nas contas públicas para restaurar a confiança e a estabilidade financeira.

Benchimol criticou os juros altos, que considera um dos maiores obstáculos para atrair investidores estrangeiros ao Brasil. Segundo ele, a taxa de 15% ao ano faz com que o capital estrangeiro prefira aplicações seguras e de curto prazo, em vez de investir no crescimento da economia real. Ele defendeu que uma redução estrutural na taxa de juros seria essencial para impulsionar a economia e atrair investidores para o mercado brasileiro.

Apesar do cenário desafiador, o fundador da XP demonstrou otimismo em relação ao futuro. Ele projetou que a inflação começará a diminuir, o que permitirá a queda das curvas de juros e o retorno de um fluxo de capital mais estruturado. A meta de inflação do Brasil para 2025 é de 3%, com uma margem de variação de 1,5% para cima ou para baixo. Contudo, um relatório do Banco Central de dezembro de 2024 indicou um aumento nas chances de a meta ser descumprida, passando de 28% para 50%.

Outro ponto abordado por Benchimol foi a importância da estabilidade cambial para atrair investimentos estrangeiros. Ele destacou que, para garantir a segurança econômica, o governo deve adotar políticas fiscais responsáveis e um plano econômico sólido. A instabilidade cambial recente, segundo ele, tem gerado incerteza, mas afirmou que, com ações corretas do governo, o Brasil pode seguir na direção certa.

Sobre a desvalorização do real, Benchimol observou que, embora seja difícil prever a continuidade da cotação do dólar na faixa dos R$ 5,70, o Brasil ainda é considerado barato em comparação com outros países. Ele citou o exemplo de uma viagem internacional para ilustrar essa percepção: “Experimente almoçar nos Estados Unidos e comparar o preço com o de um almoço no Brasil. O país está mais barato. Em algum momento, isso deve se corrigir.”

Com sua análise, Benchimol reforçou a necessidade de um cenário econômico mais claro e estável para garantir o crescimento sustentado do Brasil e atrair investimentos de longo prazo.