Chile retorna à normalidade após fim do toque de recolher e apagão em massa

Chile Enfrenta Apagão Generalizado: Governo Declara Estado de Exceção e Impõe Toque de Recolher. — O estado de exceção por catástrofe está suspenso a partir deste momento — declarou a ministra do Interior do Chile, Carolina Tohá.

Por bhaovivo

fevereiro 26, 2025

Na tarde de terça-feira, 25 de fevereiro de 2025, o Chile foi surpreendido por um apagão que afetou 95% da população, deixando cerca de 20 milhões de cidadãos sem eletricidade. O apagão teve início às 15h16 (hora local) e atingiu uma vasta área do país, desde a região de Arica e Parinacota, no norte, até Los Lagos, no sul. A interrupção impactou diretamente 14 das 16 regiões do Chile, causando um caos generalizado.

Em resposta à crise, o presidente Gabriel Boric decretou estado de exceção e impôs um toque de recolher noturno, das 22h às 6h, nas regiões afetadas. Durante um pronunciamento, Boric afirmou que a medida foi necessária para garantir a segurança pública diante do caos. A ministra do Interior, Carolina Tohá, descartou a hipótese de ataque à rede elétrica, atribuindo a falha a um problema técnico no sistema de transmissão.

A falha no fornecimento de energia gerou diversos problemas, incluindo a interrupção do transporte público em Santiago, onde o metrô foi fechado e milhares de passageiros tiveram que caminhar por horas em temperaturas elevadas para retornar às suas casas. Além disso, bancos, lojas e shopping centers fecharam, enquanto serviços essenciais, como hospitais, mantiveram operações com geradores de emergência. As principais minas de cobre, incluindo Chuquicamata e El Teniente, também interromperam suas atividades, afetando a produção do maior produtor mundial de cobre.

Até a madrugada de quarta-feira, 26 de fevereiro, cerca de 90% das residências já haviam recuperado o fornecimento de energia, embora de forma instável. O governo iniciou investigações para identificar a causa da falha e responsabilizar as empresas responsáveis pelo sistema elétrico. Em um tom de indignação, Boric criticou as empresas privadas e anunciou que sanções seriam aplicadas.

O apagão, o mais grave registrado no Chile em 15 anos, não apenas alterou a rotina dos chilenos, mas também causou pânico em diversas partes do país, com cenas de pessoas presas em elevadores e paralisia no tráfego. O Festival Internacional de Viña del Mar, um dos maiores eventos culturais do país, foi obrigado a cancelar a apresentação de terça-feira, reagendando-a para sábado.

A crise também afetou a conectividade, com dificuldades nas comunicações e acesso à internet. A normalização da situação começou a ser percebida na manhã de quarta-feira, com o transporte público e a circulação de veículos voltando à normalidade.

Este apagão expôs vulnerabilidades críticas no sistema de infraestrutura do Chile e gerou preocupações sobre a dependência do país em relação a sua rede elétrica. O governo continua a investigar a origem do problema, enquanto a população aguarda respostas e medidas corretivas.