O Vaticano iniciou nesta quarta-feira (7/5) o conclave para eleger o sucessor do papa Francisco, falecido em 21 de abril. O processo, um dos mais emblemáticos e sigilosos do mundo religioso, ocorre na Capela Sistina e reúne 133 cardeais eleitores vindos de mais de 70 países. A eleição definirá o 267º líder da Igreja Católica, com a missão de guiar os 1,4 bilhão de fiéis ao redor do mundo.
O dia começou com uma missa solene na Basílica de São Pedro, presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, que, aos 91 anos, não participa da eleição. Na cerimônia, os cardeais entraram em procissão pedindo orientação divina para a escolha do novo pontífice.
À tarde, os cardeais seguiram para a Capela Paulina e, em seguida, para a Capela Sistina, onde teve início o ritual fechado do conclave. O primeiro dia prevê apenas uma votação, que dificilmente resultará na eleição imediata. A partir de quinta-feira, o ritmo acelera, com duas votações pela manhã e duas à tarde.
Para que o novo papa seja eleito, é necessário alcançar pelo menos 89 votos, o equivalente a dois terços dos 133 participantes. As cédulas de votação são queimadas após cada rodada: fumaça preta indica que não houve consenso; fumaça branca anuncia o aguardado “Habemus Papam”.
Dentro da Capela Sistina, sob os afrescos de Michelangelo, os cardeais juraram sigilo absoluto. Isolados da imprensa, da internet e até de celulares, eles permanecerão hospedados na Casa Santa Marta, onde as discussões informais devem ocorrer durante refeições e encontros nos corredores vaticanos.
Entre os possíveis sucessores de Francisco, despontam nomes como o italiano Pietro Parolin, que foi secretário de Estado durante 12 anos e lidera o início da votação com a oração “Veni, Creator Spiritus”. Também são citados o arcebispo de Jerusalém Pierbattista Pizzaballa, o húngaro Peter Erdo, o cingalês Malcolm Ranjith e o espanhol Ángel Fernández Artime.
O conclave atual é o mais internacional da história da Igreja Católica e reflete a marca de Francisco: 80% dos cardeais eleitores foram nomeados por ele. A expectativa geral é de que a eleição dure de dois a cinco dias, a exemplo dos conclaves que elegeram Bento XVI e o próprio Francisco.
A chaminé da Capela Sistina será, mais uma vez, o centro das atenções do mundo, em vigília pela próxima fumaça branca que trará um novo nome ao trono de São Pedro.
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