O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos principais nomes da oposição bolsonarista ao governo Lula, voltou a ser alvo de polêmicas no Congresso Nacional. Nesta semana, o parlamentar mineiro votou a favor de dois vetos presidenciais que contrariavam a posição majoritária de sua base política.
O caso mais emblemático foi o voto pela manutenção do veto de Lula a trechos de um projeto que poderia aumentar a conta de luz dos brasileiros. Em sua defesa, Nikolas disse que a decisão foi tomada por “coerência” e “compromisso com o consumidor”.
“Mesmo sendo opositor ao Lula, votei para manter o veto, simplesmente por responsabilidade com a população”, justificou o deputado nas redes sociais, se referindo ao risco de repasses tarifários ao consumidor final.
A decisão gerou críticas dentro da própria oposição, já que a maioria dos parlamentares bolsonaristas defendeu a derrubada do veto, numa articulação contra o governo.
Erro material no veto à pensão das vítimas da Zika
A controvérsia aumentou ainda mais quando Nikolas também apareceu votando a favor da manutenção do veto presidencial que barrava uma pensão vitalícia para crianças com sequelas da síndrome congênita do Zika vírus.
Após a repercussão negativa, Nikolas alegou que houve um “erro material” na cédula de votação. Segundo o deputado, o registro favorável ao governo ocorreu por engano. Em nota oficial, o gabinete do parlamentar explicou que ele já protocolou uma Declaração de Voto, reafirmando sua posição contrária ao veto.
“O Deputado reafirma que sempre se posicionou pela derrubada do veto, em defesa das vítimas do vírus Zika. O erro já foi corrigido junto à Mesa da Câmara”, diz o comunicado.
Pressão nas redes e desgaste com a base bolsonarista
As decisões de Nikolas têm causado desgaste com sua base eleitoral, principalmente entre bolsonaristas mais radicais. Deputados como Mário Frias (PL-SP) ironizaram a postura de Nikolas, que agora tenta minimizar os impactos da votação e reforçar sua identidade de oposição nas redes sociais.
Em meio à crise de imagem, Nikolas também usou o episódio para criticar o governo federal por outros vetos recentes, como ao projeto que reconheceria o diabetes tipo 1 como deficiência — tema que sequer estava em pauta nas votações desta semana.
Contexto: os vetos em questão
- Conta de luz: O governo Lula vetou benefícios ao setor elétrico que poderiam aumentar as tarifas para os consumidores. Nikolas votou pela manutenção do veto, alinhado ao governo.
- Pensão da Zika: Lula havia vetado a criação de uma pensão vitalícia para crianças com sequelas da Zika, por impacto fiscal. O Congresso derrubou o veto, restabelecendo o benefício, mas Nikolas votou pela manutenção — e depois alegou erro.
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