Na tarde desta terça-feira, 9 de abril, a Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou, por meio de uma votação simbólica, uma moção de aplausos e louvor ao empresário Elon Musk, dono do Twitter/X. Essa homenagem foi uma resposta direta ao que os legisladores chamaram de “exposição e enfrentamento da censura política infundada imposta pela Justiça brasileira contra os usuários da plataforma no país”.
O requerimento para essa homenagem foi apresentado pelo deputado Coronel Meira (PL-PE), que destacou em seu argumento: “Ao abrir os arquivos do X, antigo Twitter, Elon Musk mostrou ao mundo a inacreditável e lamentável pressão da Justiça brasileira, representada por seu ministro do STF Alexandre de Moraes, para obter ilegalmente dados de usuários da plataforma”.
A decisão de prestar esta homenagem vem logo após a revelação dos chamados “arquivos do Twitter” pelo jornalista americano Michael Shellenberger na semana passada. Nesses documentos, foram expostas interações por e-mail entre funcionários do Twitter/X no Brasil, relatando a pressão que estavam sofrendo do Judiciário brasileiro, especialmente durante a campanha eleitoral de 2022, em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e seu presidente, o ministro Alexandre de Moraes, teriam interferido diretamente nas ações da rede social.
De acordo com os materiais divulgados, a Justiça brasileira teria obrigado o Twitter a tomar medidas contra parlamentares e influenciadores digitais associados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa situação levou à aprovação também da solicitação para ouvir o jornalista Michael Shellenberger pela comissão.
Coronel Meira continuou seu requerimento ressaltando: “Além disso, Musk confrontou diretamente o ministro Alexandre de Moraes sobre a censura e anunciou que irá rever todos os usuários bloqueados ilegalmente”. A atitude de Musk em expor essa situação e desafiar a censura política no Brasil foi amplamente reconhecida e aplaudida pelos membros da comissão.
Essa moção de louvor a Elon Musk é um reflexo das preocupações crescentes em relação à liberdade de expressão e à independência das plataformas digitais frente a pressões judiciais, especialmente em um contexto político polarizado como o do Brasil. O debate sobre os limites da atuação do Judiciário em relação à internet e às redes sociais continua a gerar discussões acaloradas no cenário político nacional.