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Contador de Lulinha alvo de buscas em operação que miram o PCC

As investigações contra o contador iniciaram em 2021

Uma operação realizada nesta terça-feira (9) pelo Ministério Público de São Paulo, intitulada Operação Fim de Linha, teve como objetivo apurar um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo empresas de ônibus que operam na capital paulista, com possíveis conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os alvos da operação está o contador João Muniz Leite, conhecido como o Contador do Lulinha por ter trabalhado para Fábio Luis Lula da Silva, filho do presidente Lula (PT).

O mandado de busca e apreensão foi expedido pela 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, com o objetivo de buscar provas que sustentem os indícios de que João Muniz seria um dos principais responsáveis pela montagem do esquema de lavagem de dinheiro da facção criminosa por meio da empresa de ônibus UPBus.

As investigações contra o contador iniciaram em 2021, no âmbito da Operação Ataraxia do Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), que indicava que Muniz era suspeito de ter ganhado 55 prêmios na loteria, mas ele próprio admitiu que o número era significativamente maior, chegando a 250 “vitórias”. Dados da Polícia Federal posteriormente revelaram que Muniz e sua esposa ganharam juntos 640 vezes em loterias como Lotofácil, Mega Sena e Quina.

A apuração conduzida pelo Ministério Público de São Paulo tem como foco a apropriação do sistema de transportes de São Paulo pelo PCC. A investigação revelou indícios de uma rede de negócios para lavagem de dinheiro do crime organizado, incluindo escritórios de contabilidade e distribuidoras de combustível, na qual João Muniz e seus clientes ligados à empresa UPBus estariam envolvidos.

Na operação de hoje, quatro dirigentes das empresas UPBus e Transwolff foram presos por suspeita de vínculo com o PCC. Além das prisões, foram cumpridos 52 mandados de busca e apreensão relacionados aos envolvidos, incluindo diversas cidades da Grande São Paulo e do interior paulista. A Justiça determinou que a SPTrans assuma imediatamente a operação das linhas administradas pela Transwolff e UPBus, que juntas transportam 15 milhões de passageiros por mês, para não prejudicar os usuários do sistema.


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