A Justiça da Bolívia emitiu nesta sexta-feira (17) uma ordem de prisão contra o ex-presidente Evo Morales, após sua recusa em comparecer ao tribunal para prestar depoimento em um caso no qual é acusado de estuprar e traficar uma adolescente. Além da prisão, o juiz Nelson Rocabado, de Tarija, determinou o congelamento dos bens de Morales e proibiu sua saída do país.
O Ministério Público havia solicitado a prisão de Evo Morales em dezembro, após acusações de “estupro, exploração e tráfico de pessoas”. As investigações surgiram em outubro de 2024, quando o governo de Luis Arce, atual presidente e ex-aliado político de Morales, confirmou a existência da investigação. A acusação é de que Evo teria estuprado uma adolescente de 15 anos em 2015, com o consentimento dos pais da vítima, que buscavam benefícios do governo à época, quando Morales ainda era presidente.
Segundo o Ministério Público, a adolescente teria dado à luz uma filha fruto desse abuso, e os pais da jovem a teriam inscrito na “guarda juvenil” de Morales para obter vantagens políticas e materiais. A principal acusação contra Evo é de tráfico de pessoas, um crime que pode resultar em pena de 10 a 15 anos de prisão. A defesa de Morales, no entanto, argumenta que a denúncia de estupro foi arquivada em 2020 e que a ausência de Evo no tribunal foi justificada por questões de saúde, apresentando laudos médicos de pneumonia e problemas respiratórios, os quais foram rejeitados pela Justiça.
Apesar da ordem de prisão, a polícia ainda não executou a prisão de Morales, que se encontra em Cochabamba desde setembro, em sua base de apoio, cercado por mais de 2.000 simpatizantes que prometem impedir sua detenção. Morales, que governou a Bolívia de 2006 a 2019, quando foi forçado a deixar o cargo após um quarto mandato controverso, continua se considerando candidato à Presidência, apesar da proibição da Justiça.
O relacionamento entre Morales e o presidente Arce se deteriorou nos últimos anos, especialmente após o episódio de tentativa de golpe militar em junho de 2024. A divisão política entre os dois líderes tem intensificado a crise interna no Movimento ao Socialismo (MAS), partido governista, e gerado conflitos sobre o futuro político da Bolívia.
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