Após a recente detenção de Cid, surgiram preocupações entre os legisladores da oposição quanto ao manejo das investigações pela Polícia Federal e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Eduardo Girão, senador pelo Novo-CE, defendeu a “prerrogativa constitucional” do Senado em averiguar as acusações levantadas por Cid nas gravações, anunciando a sugestão de uma CPI para investigar “as alegações de crimes nas apurações do STF a cargo da PF”.
“O Senado não pode se abster de sua missão institucional, especialmente no ano de seu bicentenário. É fundamental ter a coragem de defender o que é correto. Esta CPI é necessária para esclarecer os abusos dos quais o STF é acusado, o que poderia manchar a reputação de uma instituição tão respeitada como a PF”, explicou.
Girão argumentou que “não cabe ao STF investigar a si próprio” e considerou o depoimento de Mauro Cid “muito grave”, destacando sua espontaneidade ao gravar o áudio enquanto estava em liberdade.
“Mauro Cid alega crimes como constrangimento ilegal, falsidade ideológica, prevaricação e abuso de autoridade pela Polícia Federal sob o comando do Supremo. Ele afirma que há intimidação para confirmar uma narrativa política. E surge a pergunta: por que o mesmo delegado conduz os interrogatórios? Não houve distribuição ou foi designado? Os interrogatórios são direcionados? Estes fatos devem ser minuciosamente investigados para confirmar ou refutar as acusações”, afirmou o senador.
A abertura de uma CPI requer a assinatura de 27 senadores para apresentar a solicitação, além do consentimento do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).