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A injusta e milenar guerra entre Israel e povos islâmicos: não há guerra sem vítimas inocentes e destruição em massa

O mundo está acompanhando a terrível guerra (como o são todas as guerras) entre Israel e Hamas, Hezbollah e palestinos. Muita gente tem comentado sobre o genocídio promovido por Israel. Mas, se formos considerar friamente, Israel está se defendendo e eliminando antigos inimigos, não só dos judeus mas do mundo Ocidental e dos não islâmicos. E, além disso, sofre constantes revides e ameaças. É uma guerra infame, como toda ferra. O conflito atual, que na verdade é milenar, teve (re)início com o assassinato de vários bebês israelenses pelo Hamas, que invadiu o território legalmente pertencente, desde 1948, aos sobreviventes judeus do Holocausto.

Sim, a guerra é dura, a guerra é má, a guerra é injusta. Mas sempre foi assim com as guerras. Se pudéssemos sempre escapar delas, ignorar os motivos para fazê-las, seria ótimo. Mas essa não é a história da humanidade, e não falo isso sem dor. Muita gente espera que uma guerra, qualquer guerra, como a de Israel, não tenha vítimas inocentes e destruição em massa. Ou pensa que os judeus estão promovendo o terror. Eles estão lutando contra vários inimigos islâmicos radicais, e estes contra os judeus e o Ocidente “infiel a Alá”.É impossível em todas as guerras, como nessa, não haver vítimas inocentes, destruição e massa e ações questionáveis de todos os lados.

O Estado de Israel tem sido criticado pelo atual presidente Lula e outras entidades, e até foi mencionado pelo papa Francisco como promovendo uma “defesa desproporcional e imoral”; esse clérigo é conhecido por opiniões “cristãs” por vezes controversas, inclusive em relação aos tradicionais dogmas da Igreja Católica. Já Joe Biden, que está se despedindo de um governo um tanto tumultuado economicamente nos Estados Unidos e tentando eleger sua atual vice, Kamala Harris, destacou a importância de se eliminar terroristas perigosos. Por exemplo, a morte do principal líder do Hezbollah na semana que passou, para Biden, foi “medida de justiça”. Ele se lembra do 11 de setembro e outros ataques de grupos terroristas islâmicos, como a maioria dos estadunidenses e dos europeus, e de nós do Ocidente.

No fogaréu da guerra injusta, o líder do Estado de Israel, Benjamin Netanyahu – que declarou o presidente Lula persona non grata em seu país, após o socialista receber apoio do Hamas e simpatizar com as ditaduras desse clã islâmico e do Irã – anunciou a eliminação de um antigo alvo dos israelenses: Hassan Nasrrallah, líder dos terroristas do Hezbollah o qual comandava desde os anos 1990. Além disso, Netanyahu propalou a “bem-sucedida operação” que matou o possível sucessor de Nasrrallah. E nesta segunda, 30 de setembro, foi anunciado pelos israelenses o assassinato de Fatah Sharif Abu el-Amin, que comandava o grupo terrorista Hamas no Líbano, onde foram abatidos Nasrrallah e seu possível sucessor. Sobre o líder do Hamas, teria sido morto junto a sua mulher e filhos. Uma família. São os resquícios dolorosos de uma guerra que dura desde a época de Abraão, entre os descendentes de seu filho com Sara, Isaque, que são os judeus; e os descendentes de seu filho Ismael, com a escrava egípcia Hagar, que originaram os povos árabes islâmicos. Abraão, que é pai de três religiões: judaísmo, cristianismo e islamismo.

Judeus e islâmicos, e islâmicos radicais e Pcidente são inimigos e opostos. A morte de Nasrrallah foi “comemorada” por muitos como de mais impacto que os assassinatos dos líderes islâmicos Osama Bin Laden, alegado mentor do 11 de setembro, e Saddam Hussein, ditador do Iraque. Os Estados Unidos sabem do perigo sempre iminente dos islâmicos contra seu país e o Ocidente. É factual. Do lado de lá, entre os islâmicos radicais, e eu disse radicais, eles apenas seguem a Lei (que se junta ao Estado, em muitos territórios) do Alcorão e da Sharia: eliminar sem piedade quem não se “converter” a Alá, e os “inimigos de Alá”, no caso o Ocidente “decrépito” e “infiel” e os judeus adeptos do judaísmo, e todos aqueles que violarem os mandamentos de Maomé. O detalhe é que Alá, deus de guerra, é sempre mencionado como “misericordiosíssimo” no Alcorão.

Na verdade, e quem puder me corrigir que o faça, os grupos terroristas islâmicos mais radicais, como os Talibãs e Hezbollah, estão apenas seguindo o que está escrito na Lei de Maomé, na raiz do islamismo, na guerra contra os “infiéis” e nos costumes que violam direitos humanos do Ocidente. Inclusive com consentimento para torturas, casamentos forçados de crianças com homens bem mais velhos, estupros, decapitações de homossexuais, traidores e não islâmicos, repúdio ao cristianismo e ao judaísmo que para eles são o “Mal”. Já o Hamas prima por um território para os palestinos e o combate aos judeus, caracterizando-se historicamente por não estar aberto ao diálogo.

O que eu quero dizer com tudo isso é que nenhuma guerra é justa, e não se pode esperar isso. Há, sim, os ditadores a serem combatidos, pela referência moral, em um conflito, como o foi Hitler e deveriam (mais fortemente) ter sido Stálin, Lênin, Pol Pot e Mao-Tsé, este o maior genocida da História. É inegável que Israel está protegendo seu território, em uma das disputas mais sangrentas das últimas décadas, nessa guerra milenar entre judeus e não apenas palestinos, mas árabes islâmicos. E seus inimigos, como já sublinhado, estão fazendo o que determina o Alcorão e a Sharia (livro sobre a vida prática de Maomé): eliminar quem não se tornar seguidor fiel a Alá, apesar de haver várias correntes menos rígidas do islamismo hoje, que inclusive pregam a paz.

Para encerrar, lembro aqui o milenar antissemitismo, que parece se insinuar em muitas pessoas e países no desenrolar da guerra entre Israel e seus inimigos em 2024. Não é de agora, não começou com Hitler, vem da época medieval, e, antes, como destaquei, dos primórdios da civilização, a desunião entre os irmãos Isaque e Ismael, filhos de Abraão. O velho ódio ao povo que passou pelo dantesco e inesquecível Holocausto ressurge com acusações à defesa dos israelitas de seu território conquistado a preço de muito sangue, instituído no pós-guerra, legalmente, embora não aceito por alguns Estados. O país foi invadido pelo Hamas em 2024, um grupo terrorista palestino-libanês que promoveu destruição e genocídio. Esse grupo tem seu coração em Gaza, onde, desde 2007, instaurou uma ditadura islâmica cruel e miserável sobre o povo palestino, a quem não representa, senão uma pequena parcela.

Por outro lado, os palestinos, que ocupam principalmente a faixa de Gaza, além de outras regiões, querem e merecem seu território oficial, seu país. Mas não deve ser pelo vilipêndio armado e desleal de outros territórios instituídos, como o de Israel. E, além disso, a moral ocidental por si só condena os atos “religiosamente justificáveis” de grupos muçulmanos, que não estão abertos à conversa.

Nesta guerra, como em todas, cada um tem seu lado. China e Rússia se insinuam contra os EUA que apoiam Israel e lhe fornecem armas. China d Rússia são adversários históricos dos EUA e do capitalismo ocidental, embora a China atualmente seja o país comunista mais capitalista do mundo. Portanto, há interesses históricos, religiosos e morais, e, claro econômicos no conflito no Oriente Médio.

O que posso afirmar diante disso tudo é que, no momento em que alguém fax apologia a um grupo terrorista cruento e implacável, perdeu todas as estribeiras do que é justo ou aceitável na moral e nos direitos humanos no Ocidente. Terrorismo nunca é e nem deve ser justo. Como as ditaduras. E nenhuma guerra é justa, afinal, mas nem todas são evitáveis e algumas são necessárias para se alcançar a paz e um “denominador comum”. E eliminar pessoas e ideologias nocivas ao planeta.

Inocentes estão perecendo pela guerra entre Israel e seus inimigos muçulmanos. Mas, tristemente, dou de ombros. Guerras são da natureza humana, e disputas de território e domínio ideológico e econômico. Lembrem-se de quantos soldados perderam suas vidas por seu país, sua nação, ideais que muitas vezes nem eram seus, interesses escusos de uma elite. Ou para salvar sua pátria, e o mundo. Não nos esqueçamos dos milhões de russos que se sacrificaram na gelada Stalingrado, mulheres e crianças incluídas, para que Hitler começasse a perder, inevitavelmente, a II Guerra Mundial.

Estou incentivando ou isentando de culpa os genocídios e elogiando matanças e guerras? É claro que não! Gostaria de que vivêssemos sem essas violências globais e milenares, porém, às vezes, somente guerras levam à paz e a guerra é “coisa da natureza humana”, que infelicidade. “Imagine”, de John Lennon, estava bem distante da realidade da humanidade, todos unidos pacificamente. Só que sempre há quem não esteja disposto a negociá-la, a paz, apenas com diálogo. A maioria dos envolvidos diretamente nas guerras. Seguimos aguardando a paz, ou a amenização dos conflitos, são inúmeros ao mesmo tempo na atualidade. Mas paz ou amenidade são raras na história da civilização. Somos lobos de nós mesmos, como disse Thomas Hobbes. Não sabemos viver muito bem comunitária e igualitariamente, como queria Karl Marx. E tudo isso é muito triste.


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