A cidade de Capim Branco, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi palco de mais um caso brutal de feminicídio na tarde da última quinta-feira (8/5). Lucineide Santos Silva, de 37 anos, foi morta a tiros pelo ex-companheiro pouco depois de buscar o filho na escola. O crime ocorreu na Rua José Fraga, no bairro Cidade Nova, por volta das 16h. O suspeito, um homem de 40 anos com passagens pela polícia e histórico de violência contra mulheres, está foragido.
Emboscada armada após escola
Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), Lucineide estava com o filho no colo quando foi surpreendida pelo agressor, que a aguardava em uma esquina. Ao perceber a presença do ex-companheiro, ela teria corrido e orientado o menino a fugir. Em seguida, foi atingida por diversos disparos. A criança, felizmente, não foi ferida.
A PM foi acionada por moradores que encontraram a vítima caída e sangrando muito. Lucineide chegou a ser levada ao Hospital Municipal de Capim Branco, mas não resistiu aos ferimentos, que incluíam perfurações no tórax e no braço esquerdo.
Medidas protetivas ignoradas
Lucineide possuía uma medida protetiva contra o ex-companheiro, que já havia descumprido a ordem judicial em outras ocasiões. De acordo com testemunhas ligadas à vítima, o homem não aceitava o fim do relacionamento e já a teria agredido neste ano.
Além dela, outras quatro mulheres também tinham medidas protetivas concedidas contra o suspeito, conforme registro da PM. Uma delas compareceu à delegacia de Matozinhos recentemente, alegando ter sido ameaçada de morte por ele.
Suspeito tem deficiência física
Segundo informações da Polícia Militar, o suspeito tem deficiência física — possui apenas um braço — e diversas passagens pela polícia. Ele fugiu do local em um Corsa azul e, até o momento, não foi localizado. A Polícia Civil realizou perícia no local do crime e encaminhou o corpo de Lucineide ao Instituto Médico-Legal (IML).
Feminicídios em Minas preocupam autoridades
Casos como o de Lucineide escancaram a urgência de políticas públicas mais eficazes de proteção à mulher. De acordo com dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, o estado registrou 126 casos de feminicídio consumado em 2023, e os números de 2024 seguem em alta. O descumprimento de medidas protetivas continua sendo um dos principais gargalos do sistema de proteção.
Saiba onde buscar ajuda:
- Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher
- Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM)
- Aplicativo MG Mulher – canal de denúncia e apoio disponível gratuitamente
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