O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou pela terceira vez o pedido de soltura de Débora Rodrigues dos Santos, de 38 anos, presa desde março de 2023. Ela é acusada de participar dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Débora ficou conhecida por ter pichado com batom a frase “perdeu, mané” na estátua A Justiça, obra do escultor Alfredo Ceschiatti, localizada em frente ao STF. A pichação fazia referência à declaração do ministro Luís Roberto Barroso, que, em novembro de 2022, disse a um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro: “Perdeu, mané, não amola”, após o segundo turno das eleições.
Na decisão de manter Débora presa, Moraes destacou sua “periculosidade social” e a gravidade de suas ações. Ela foi denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado com grave ameaça e emprego de substância inflamável.
A defesa de Débora argumenta que não há evidências de que ela tenha invadido os prédios públicos ou participado de depredações, afirmando que ela pode ter permanecido apenas do lado de fora da Praça dos Três Poderes. Até o momento, a Justiça mantém a cabeleireira em prisão preventiva.