A Prefeitura de Belo Horizonte removeu um vídeo promocional do Carnaval de suas redes sociais neste domingo (2) após críticas de vereadores conservadores e da Frente Parlamentar Cristã da Câmara Municipal. O conteúdo, publicado em colaboração com o influenciador Luiz Othávio, o Zotha, mostrava dois foliões fantasiados de Jesus Cristo e do Diabo trocando um selinho, o que gerou forte reação de grupos religiosos e políticos.
A vereadora Flávia Borja (DC), líder da Frente Parlamentar Cristã, divulgou uma nota de repúdio classificando o vídeo como um “vilipêndio à imagem de Jesus Cristo”. Segundo a parlamentar, a publicação foi ofensiva aos cristãos e a prefeitura não deveria endossar esse tipo de conteúdo.
O vereador Wanderley Porto (PRD) afirmou que entrou em contato com a gestão municipal e que a postagem foi removida logo após seu alerta. “A prefeitura teve a sensibilidade de retirar a publicação no mesmo instante. A cena em si é um desrespeito à fé cristã”, declarou. O vereador Pablo Almeida (PL) também criticou a ação, afirmando que o episódio representou um ataque ao cristianismo.
O grupo Direita Minas, ligado a políticos como Nikolas Ferreira (PL) e Bruno Engler (PL), também se manifestou contra o vídeo, acusando a prefeitura de desrespeitar valores cristãos.
Por outro lado, o influenciador Zotha rebateu as críticas, alegando que a reação negativa ao vídeo foi motivada por homofobia. “Se fosse um casal hétero, esse vídeo não teria gerado nenhum alarde. Mas, como sempre, quando se trata do afeto entre dois homens, a homofobia grita”, escreveu ele nas redes sociais.
Vereadores querem restringir blocos próximos a templos religiosos
O episódio ocorre em meio a uma ofensiva de vereadores da Frente Parlamentar Cristã contra o Carnaval em Belo Horizonte. Parlamentares preparam um projeto de lei para proibir a passagem de blocos em ruas próximas a igrejas, templos e centros espíritas durante a folia. A proposta foi debatida nas primeiras sessões legislativas do ano, mas ainda não foi formalmente apresentada. Caso seja aprovada, a restrição passará a valer apenas para 2026.
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