Muito se tem falado por aí em autismo – que na verdade é um espectro, o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Diagnósticos de TEA, tanto em crianças como em adolescentes e adultos, incluindo idosos, têm disparado no Brasil. Recentemente, foi oficialmente adotada em nosso país uma nova classificação para portadores desse espectro, em vigor desde o primeiro dia de janeiro de 2025: baseada no CID-11 (Classificação Internacional de Doenças, 11ª edição), inova ao subdividir o TEA conforme funcionalidades cognitivas e de linguagem, o que resulta em diagnósticos, a priori, mais precisos.
Antes de tudo: você sabe o que é Transtorno do Espectro Autista, ou o que é ser autista?
Como se costuma dizer entre os especialistas, cada autista é único, por isso não há um padrão de comportamento ou sintomas para todos os neurodivergentes por autismo. Porém, podemos perceber algumas características predominantes em autistas com diferentes dificuldades cognitivas e/ou de linguagem, como: dificuldades de interação social e comunicação, comportamentos e/ou interesses restritos, repetitivos e geralmente exóticos (hiperfocos, que podem mudar com o tempo ou não). Na verdade, não dá para resumir um espectro inteiro como o TEA, cuja gravidade e particularidades podem ser extremamente variáveis, envolvendo o nível de ajuda necessária ao autista em sua rotina.
É necessário deixar claro aqui: ser autista não significa, necessariamente, ter retardo mental, ser um “esquisitão” intratável ou incapaz de levar uma vida considerada “normal” em sociedade e mesmo na vida particular.
Para se ter uma ideia, a pessoa mais rica do mundo, Elon Musk, já se declarou Asperger – um tipo de autismo em grau mais leve, cujo nome é evitado por muitos por homenagear o médico austríaco Hans Asperger, que era nazista convicto e chegou a enviar crianças “autistas psicopáticas”, como ele as chamava, para campos de concentração onde passavam por experiências científicas terríveis ou sofriam eutanásia. O ator Johnny Depp, de extremo talento, é outro que se declarou autista. Especula-se que Albert Einstein e Mozart tenham sido autistas.
Muitas vezes, os portadores de TEA têm talentos raros e QIs muito elevados. Nem por isso são melhores ou piores: são apenas “especiais”, cada um do seu jeitinho.
A NOVA CLASSIFICAÇÃO DO TEA NO CID-11
O TEA, condição de neurodesenvolvimento basicamente caracterizada por desafios na comunicação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos, como mencionado, tem sido objeto de inúmeros estudos de diferentes profissionais das áreas de Saúde e Educação. O que é acompanhado, cada vez mais, por campanhas de acolhimento e benefícios sociais, com ampla divulgação nas redes sociais e nas escolas, por exemplo. Mesmo assim, o TEA é um espectro amplo que apresenta inúmeros e crescentes desafios à Saúde Pública e à Educação.
Mas como é a nova classificação do CID-11, em vigor desde 2025 no Brasil?
Antes, é importante mencionar que uma grande mudança em relação ao autismo ocorreu com a revisão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), publicado em 2013. Só então essa neurodivergência foi agrupada sob o termo “Transtorno do Espectro Autista” ou TEA. Antes disso, o autismo era subdividido em categorias como autismo clássico, síndrome de Asperger e transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação.
Quanto à nova classificação do TEA, é necessário dizer que alguns críticos apontam dificuldades para a diferenciação entre os subtipos, visando à implementação de estratégias de intervenção adequadas. Quer dizer, tratamentos que eram eficazes para um subtipo podem não ser tão eficientes para outro. Fato é que, hoje, há dois critérios principais para o diagnóstico do TEA: dificuldades persistentes na comunicação e interação social; e padrões restritos e repetitivos de comportamento, atividades e interesses.
A seguir, apresentamos a nova classificação do Transtorno do Espectro Autista conforme o CID-11, designada 6A020:
- 6A02.0: sem deficiência intelectual, com leve ou nenhum prejuízo da linguagem funcional.
- 6A02.1: com deficiência intelectual, com leve ou nenhum prejuízo da linguagem funcional.
- 6A02.2: sem deficiência intelectual, com prejuízo de linguagem funcional.
- 6A02.3: com deficiência intelectual, com prejuízo de linguagem funcional.
- 6A02.5: com deficiência intelectual, ausência de linguagem funcional.
- 6A02.Y: outro TEA especificado.
- 6A02.Z: TEA não especificado.
TEA: UMA VISÃO MAIS INTEGRADA DO AUTISMO
Como é possível perceber, temos uma visão mais integrada e menos fragmentada do autismo. Ao mesmo tempo, emergem mais desafios para profissionais de diferentes áreas, bem como para familiares – em especial mães e pais ou cuidadores de autistas, que precisam estar sempre atualizados e receber suporte psicológico, material e social. É claro que, em primeiro lugar, os próprios autistas precisam de auxílio, compreensão e medidas governamentais que assegurem sua inserção social e tratamentos adequados a cada caso.
Se enquadrados em classificações antigas, os autistas (com seus familiares, se possível) deverão atualizar seus diagnósticos com profissionais capacitados. Se você convive com um ou mais autistas, de diferentes ou iguais classificações, não hesite em procurar ajuda: há vários grupos de apoio tanto para cuidadores de autistas como para os próprios integrantes do TEA, inclusive online, em redes sociais, mas também de forma presencial. Aqui, destacam-se as comunidades de mães de autistas, algumas das quais relatam grandes desafios e exaustão na criação e cuidado com filhos neurodivergentes: por exemplo, muitos pais abandonam a família diante dos desafios de filhos no espectro, os quais costumam sofrer muito bullying na escola e no trabalho, em uma sociedade ainda despreparada para lidar com o TEA como a brasileira.
Enfim, o TEA é um jeito especial de ser e nos ensina, a todos nós, a aceitar a diversidade entre seres únicos que somos: aprender a conviver, compreender e amar.
Há muitos autistas, inúmeros não-diagnosticados, sofrendo em silêncio e por longo tempo. E, infelizmente, muita gente fazendo pouco caso do autismo: “bobagem”, “modinha”, “falta de educação”. Não, não somos “todos um pouco autistas”. E autismo, mesmo em graus leves, exige esforços para adaptação social e atenção à saúde mental. Lembre-se: nenhum autista é igual, e cada um deles é especial.
Sobre o diagnóstico: você pode realizar testes em psicólogos e psiquiatras, ou em seus filhos e familiares, a fim de descobrir se fazem parte do espectro. O ideal é consultar mais de um especialista e se informar bem sobre o TEA. Nunca desista de um autista, ainda que seja você mesmo, diagnosticado em qualquer idade, em qualquer profissão, em qualquer circunstância.
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