A Polícia Civil de Minas Gerais anunciou o indiciamento por homicídio com dolo eventual do cardiologista responsável por um procedimento de retirada de DIU que culminou na morte da paciente. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (21), ressaltando a tragédia ocorrida em novembro do ano anterior em Matozinhos, região metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo a investigação, o médico Roberto Márcio Martins de Oliveira, de 59 anos, teria demorado a solicitar socorro para a paciente após identificar complicações durante o procedimento. Iniciado por volta das 7h30, o resgate só foi acionado às 11h. O delegado Cláudio de Freitas Neto revelou que a demora possivelmente visava resolver o incidente internamente, evitando repercussões legais para o médico e para a clínica, que operava de forma irregular, possuindo alvará apenas para consultas cardiológicas.
A investigação também revelou que o próprio médico administrou a sedação, em desacordo com as normas do Conselho Regional de Medicina, que exigem a presença de um segundo médico para tal procedimento. Após a intervenção, a paciente apresentou piora respiratória e cardíaca, vindo a falecer devido a um edema pulmonar, conforme apontado pelo laudo.
Não é a primeira vez que o médico se envolve em investigações criminais. Em dezembro do ano anterior, ele foi indiciado por violação sexual mediante fraude contra seis pacientes, durante consultas e exames. Recentemente, uma nova denúncia foi registrada, dando origem a uma nova investigação.
A defesa do médico não foi contatada até o momento para comentar sobre os recentes desdobramentos. Oliveira permanece sob custódia devido às investigações sobre abusos sexuais, enquanto os desdobramentos legais sobre o indiciamento por homicídio prosseguem.