Na manhã de segunda-feira, 25 de março, foi deflagrada a Operação Scutu, com o objetivo de reprimir as atividades de uma organização criminosa operante em diversos municípios no vale do Rio Doce. Vinte mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão estão sendo cumpridos. Segundo investigações, a organização está envolvida em crimes como homicídios, tráfico de drogas, associação para o tráfico, delitos patrimoniais, corrupção de menores e outros crimes relacionados.
As ações estão ocorrendo em Coluna, Frei Lagonegro, Itamarandiba, Governador Valadares, Guanhães, Paulistas, São João Evangelista e São José do Jacuri, municípios de Minas Gerais. Participam da operação o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), regional de Governador Valadares, a Promotoria de Justiça em Peçanha, além das Polícias Civil, Militar e Penal do estado.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Polícia Militar intensificou suas operações na região para conter essas práticas criminosas. Como resposta, membros da organização passaram a enfrentar os militares com ações violentas, incluindo resistência, desobediência, ameaças e ataques diretos. Destacam-se dois incidentes em que veículos foram incendiados, um próximo ao quartel da PM em Frei Lagonegro e outro pertencente a um militar em Coluna.
As investigações revelaram que, além de corromper jovens locais para cometer diversos crimes, parte dos integrantes da organização criminosa foi encarregada de identificar e catalogar residências rurais habitadas por idosos e/ou possuidoras de armas de fogo. Posteriormente, invadiam essas residências e, mediante violência ou ameaças graves, roubavam pertences, incluindo armas de fogo.
A operação conta com a participação de dois promotores de Justiça, um delegado da Polícia Civil, 106 policiais militares, 34 viaturas policiais, cães farejadores e um helicóptero da PMMG.
O termo “scutu”, originário do latim e que significa “escudo”, foi escolhido como nome da operação. Trata-se de uma peça de armadura pessoal usada para interceptar ataques, sejam de armas de curto alcance ou projéteis como flechas, visando à proteção da população e ao reforço das ações estatais na área de atuação da organização criminosa.