Na última quinta-feira, a Vale revelou ter identificado uma anomalia em um dos dispositivos de drenagem da barragem Forquilha III, localizada em Ouro Preto, a cerca de 96 km de Belo Horizonte. A estrutura está atualmente em processo de desmontagem e é classificada no nível três de emergência, o mais alto da escala.
A anomalia foi detectada durante uma vistoria regular realizada pela própria empresa em 15 de março deste ano. A Vale assegurou que os instrumentos de monitoramento da barragem não indicaram alterações em suas condições, e que a estrutura continua sendo monitorada 24 horas por dia, 7 dias por semana, pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG) da empresa.
Em resposta às preocupações levantadas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que recomendou transparência sobre a situação do reservatório e atualização contínua para os órgãos públicos e a população, a Vale declarou ter comunicado prontamente aos órgãos competentes e à empresa de auditoria técnica independente. Além disso, a empresa desenvolveu e está implementando um plano de ação para corrigir a ocorrência.
O Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), foi informado sobre o problema em 21 de março. Desde então, o Executivo Estadual realizou duas vistorias na região, sendo a primeira delas em 21 de março. Durante essas vistorias, foi observada a saída de um material com características ferruginosas junto ao fluxo normal de água do dreno. A Feam destacou que uma filmagem interna do DP-2 revelou a presença de furos na tubulação, possivelmente contribuindo para o evento observado.
Devido à classificação da Barragem Forquilha III no nível de emergência mais alto desde 2019, os moradores vizinhos à estrutura foram evacuados desde então, especialmente os que residem na Zona de Autossalvamento (ZAS), áreas próximas às barragens onde o resgate não seria possível em caso de rompimento.
A Defesa Civil Estadual também realizou uma fiscalização na região, avaliando a Zona de Autossalvamento por meio de um sobrevoo em toda a sua extensão em 25 de março. Um relatório foi enviado à Vale, solicitando esclarecimentos e correção de inconsistências identificadas no Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM).
A Vale afirmou que está colaborando plenamente com as autoridades competentes e tomando todas as medidas necessárias para resolver a situação e garantir a segurança da população e do meio ambiente.