Em editorial publicado na quinta-feira (26), o Estadão fez duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacando o que chamou de “decadência” da política externa brasileira sob seu governo. O texto acusa Lula de narcisismo, cinismo e de desperdiçar o potencial do Brasil para atuar como ponte entre países ricos e pobres, Ocidente e Oriente. O jornal também faz referência à atuação de Lula na Assembleia Geral da ONU, apontando que o presidente estaria mais preocupado com sua própria imagem do que com a realidade global.
O Estadão argumenta que o Brasil, com sua posição estratégica como grande exportador de alimentos e guardião de recursos naturais valiosos, poderia exercer um papel de liderança no “Sul Global”. No entanto, segundo o jornal, essa oportunidade está sendo desperdiçada pelo sectarismo e pela visão ideológica limitada de Lula, que enxerga o cenário internacional como uma conspiração entre ricos e pobres. O presidente, afirma o editorial, trata questões globais complexas de forma simplista, como se pudessem ser resolvidas em conversas casuais.
O texto também critica a postura de Lula em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Durante seu discurso na ONU, o presidente brasileiro sugeriu que Volodymyr Zelenski, presidente da Ucrânia, deveria aceitar uma proposta de paz mediada pelo Brasil e pela China. A proposta foi prontamente rejeitada por Zelenski, que a considerou uma tentativa de capitulação ucraniana e insinuou que Lula teria interesses narcisistas, como o desejo de ganhar um Prêmio Nobel da Paz. O editorial reforça essa crítica, classificando Lula como “garoto de recado” de Vladimir Putin, conforme sugerido pelo chanceler britânico, David Lammy, que também criticou o líder russo.
Além disso, o jornal aponta que Lula foi criticado publicamente por outras lideranças internacionais. O presidente do Chile, Gabriel Boric, desferiu críticas severas à posição de Lula em relação a ditaduras na América Latina, como o regime de Nicolás Maduro na Venezuela. Segundo o Estadão, Boric desmoralizou Lula ao confrontar sua postura passiva e condescendente com regimes autoritários na região.
O editorial também aborda o desempenho do Brasil em questões ambientais e destaca que as promessas de Lula, como líder em questões climáticas, são vagas e insatisfatórias. Em vez de assumir um papel de liderança nas discussões sobre o meio ambiente, Lula teria oferecido apenas soluções limitadas, como “apagar incêndios”, sem apresentar propostas concretas ou ambiciosas.
A publicação ainda critica a postura de Lula em eventos internacionais recentes. O Estadão afirma que o presidente brasileiro não apenas se isolou das principais lideranças democráticas, como também causou desconfiança ao se alinhar com autocracias, como Rússia e China. Para o editorial, Lula está se tornando uma figura irrelevante no cenário global, visto como um “idiota útil” por regimes autoritários e um líder desprezado pelas democracias ocidentais.
O texto conclui de forma contundente, afirmando que Lula não está construindo pontes sólidas ou promovendo negociações sérias. Ao contrário, sua atuação tem sido marcada pela megalomania e pela desconexão com a realidade política global. Como imagem simbólica de sua visita a Nova York, o jornal cita o episódio em que Lula teve o microfone cortado por exceder o tempo em um evento chamado “Cúpula do Futuro”, deixando o presidente gesticulando sem ser ouvido, o que, para o Estadão, ilustra perfeitamente a irrelevância de sua atuação diplomática atual.