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Fraude em licitação de R$ 218 milhões do exército é identificada

Uma tentativa de fraude em uma licitação do Exército, avaliada em cerca de R$ 218 milhões, foi detectada pelo Comando do Exército durante um leilão realizado no dia 26 de junho. A licitação visava a compra de diversos itens, como camas, mochilas, óculos, barracas, e coldres.

Durante o processo, uma empresa foi excluída do pregão quando estava prestes a garantir contratos no valor de R$ 58 milhões. O empresário responsável por essa empresa é suspeito de estar envolvido em um esquema que utiliza intermediários para assegurar contratos significativos com o Exército. Esta prática foi revelada pelo jornal Metrópoles em dezembro de 2023 e está sob investigação do Ministério Público Militar (MPM).

A empresa em questão, MR Confecção e Representação LTDA, com sede na Asa Sul, Brasília, e capital social de R$ 100 mil, venceu 13 dos 36 lotes do edital. A licitação tinha como objetivo a aquisição de diversos itens essenciais para o Exército, totalizando R$ 58 milhões nos lotes conquistados pela empresa.

A MR Confecção comprometeu-se a fornecer 376,8 mil dispositivos variados para o Exército. Em grandes licitações, é crucial a análise minuciosa dos atestados de capacidade técnica, que são documentos fornecidos por outras empresas ou instituições públicas para confirmar a habilidade da empresa em entregar os itens licitados.

A Comercial Maragatos, também de Brasília, forneceu o atestado de capacidade técnica para a MR Confecção. O documento de 2017 afirmava que a MR Confecção entregou, “pontualmente”, tendas, toldos, barracas, bolsas, e outros itens, atendendo aos requisitos de qualidade.

No entanto, tanto a MR Confecção quanto a Comercial Maragatos têm o mesmo sócio único: Arthur Washeck Neto, conhecido por seu envolvimento em escândalos anteriores, como o dos Correios.

A denúncia de fraude surgiu de um competidor do edital, após a MR Confecção ser habilitada e se destacar em vários lotes. Os leiloeiros do Exército ressaltaram que o edital proibia atestados de capacidade técnica emitidos por empresas do mesmo grupo econômico ou com sócios em comum, o que levou à desclassificação da MR Confecção.

Em dezembro de 2023, foi revelado que Washeck estava ligado a empresas que usavam “laranjas” para obter contratos lucrativos com o Exército, totalizando R$ 20 milhões. Seguindo as reportagens, o Ministério Público Militar iniciou cinco investigações, e todos os contratos implicados foram suspensos pelo Exército.

Todas as empresas envolvidas, registradas em nome de laranjas e localizadas em Brasília, estão conectadas a um único contador. Elas apresentaram atestados de competência técnica de empresas interligadas. Um e-mail utilizado por Washeck em licitações militares era o ponto de contato de algumas dessas empresas.

Um antigo parceiro dessas empresas, condenado por crimes tributários, confessou ao tribunal que registrou seu CNPJ a pedido de um contador que trabalha para Washeck, atuando como um “laranja” sem ter conhecimento ou participação efetiva nas operações das empresas.


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