Belo Horizonte enfrenta um grande desafio em sua política de reciclagem, com apenas 1,1% dos resíduos coletados na cidade sendo efetivamente reciclados. Esse índice está abaixo da média nacional e aquém das metas estabelecidas pelo Plano Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos, que projetava alcançar 2% em 2021.
O serviço de coleta seletiva de lixo está longe de ser abrangente, sendo oferecido em apenas 90 dos 487 bairros da cidade. A falta de cobertura completa dificulta a participação da população, como observado no caso do aposentado Fernando Oliveira Duarte, que precisa percorrer uma distância significativa para descartar seus materiais recicláveis.
Especialistas apontam que a infraestrutura para coleta e tratamento de resíduos ainda é insuficiente em BH, resultando em um crescimento estagnado na taxa de reciclagem ao longo dos anos. Enquanto isso, cidades como Curitiba (PR) são citadas como exemplos positivos devido à oferta de coleta seletiva em 100% da área urbana.
A falta de recursos é citada como um dos principais obstáculos para a ampliação da reciclagem na cidade, especialmente para financiar ações de educação ambiental e fiscalização. Parcerias público-privadas são sugeridas como uma solução viável para obter o investimento necessário.
Além disso, a indústria local enfrenta desafios na absorção dos materiais recicláveis, o que resulta em parte do material sendo enviado para outros estados. A participação dos catadores informais na reciclagem não é devidamente mensurada, dificultando a compreensão completa do panorama da reciclagem em BH.
Embora haja um plano municipal estabelecido, as metas delineadas ainda não foram alcançadas, destacando a necessidade de revisão e atualização constante das estratégias para lidar com os resíduos sólidos na cidade.
