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Greve de Docentes Federais: Sindicalistas reclamam de Lula e exigem negociação

Professores e técnicos administrativos federais, que apoiaram a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, estão em greve, reivindicando uma reestruturação de carreira e recomposição orçamentária para as instituições de ensino. O movimento é liderado pelo Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), que divulgou um vídeo em que os grevistas responsabilizam o presidente Lula, entoando “A culpa é sua”.

Motivos da Greve

A greve, que já dura 50 dias, é um protesto contra a falta de reestruturação de carreira, a necessidade de revogar medidas governamentais anteriores e a falta de recomposição orçamentária. Os professores e técnicos administrativos reclamam que as negociações com o governo federal foram encerradas unilateralmente, o que foi considerado uma atitude autoritária e intransigente.

Para o presidente do ANDES-SN, Gustavo Seferian, “quando o governo passa a agir de forma ultimatista, fere princípios elementares do movimento sindical e da negociação coletiva. Nós, professores e professoras em greve, queremos negociar, seguir um bom compasso de partilhas entre propostas e contrapropostas que se estabeleceu na greve, e caso a base da categoria entenda por apresentar uma nova contraproposta, será essa nossa ação no dia 27 de maio!”, ressaltou Seferian.

Negociações e Propostas

Os sindicatos foram informados de que a reunião marcada para a segunda-feira, dia 27 de maio, será apenas para assinatura de um Termo de Acordo, sem margem para novas contrapropostas. Esta decisão foi recebida com forte oposição pelas lideranças sindicais, que afirmam que o governo federal está agindo de maneira unilateral e desrespeitosa com o processo democrático de negociação.

A proposta atual do governo oferece um reajuste escalonado: 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, o que foi considerado insuficiente pelos grevistas. A reivindicação dos técnicos administrativos é um reajuste de 37% em três anos, enquanto os professores pedem 22%, ambos com aumentos já em 2024.

Impacto da Greve e Participação

A greve abrange mais de 50 universidades e colégios federais em todo o país. Instituições como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal do Ceará (UFC) estão entre as participantes. Os grevistas criticam o governo por não considerar a realidade financeira das instituições e a necessidade de valorização dos servidores.

“Nós, que estamos com 58 instituições paralisadas, não vamos nos intimidar com uma declaração que não representa uma perspectiva democrática, de um governo que se coloca na fronteira da busca do debate com a classe trabalhadora. Então, há uma contradição nesse e-mail enviado. Nesse sentido, nós vamos continuar nesse movimento”, afirmou Ari Loureiro, representante do Comando de Greve da Associação de Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa Seção Sindical), no Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN

Reações e Expectativas

Os sindicalistas continuam a pressionar o governo para reabrir as negociações e buscar uma solução que contemple as demandas dos trabalhadores. Eles enfatizam que a interrupção unilateral das negociações é um retrocesso no diálogo entre governo e trabalhadores, e pretendem manter a greve até que um acordo satisfatório seja alcançado.

A expectativa é que, com a reunião marcada para o dia 27 de maio, os sindicatos possam apresentar novas contrapropostas e buscar um acordo que atenda às necessidades de valorização e reconhecimento dos profissionais da educação federal.

“Fechar a porta é negar o processo histórico de uma sociedade, de um governo que busca esse diálogo com a classe trabalhadora. Será uma grande traição com o movimento grevista, com quase 100 mil trabalhadores e trabalhadoras da educação que estão paralisados. Não vamos admitir, queremos manter sim o diálogo, e que seja menos intransigente e que seja mais plausível essa nossa construção e com certeza nós vamos chegar a um acordo que seja dessa base, ANDES-SN, Sinasefe e Fasubra”, afirmou Loureiro.

“A ameaça do governo reforçando ultimato para finalizar processo de negociação no dia 27, aprofunda o desrespeito do governo com os trabalhadores(as) da educação, que estão construindo uma das maiores greves da educação federal dos últimos anos. Quem decide o momento de finalizar as negociações são os trabalhadores e trabalhadoras organizados (as) em nossas bases”, acrescentou a secretária-geral do ANDES-SN, Francieli Rebelatto.


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