A maioria das câmaras municipais no Brasil será ocupada por vereadores filiados a partidos de direita a partir do próximo ano. Um estudo conduzido pelo cientista político Fábio Vasconcellos, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Representação e Legitimidade Democrática, revela que 3,3 mil câmaras de vereadores serão hegemonicamente dominadas por políticos da direita, segundo os resultados do primeiro turno das eleições.
Vasconcellos desenvolveu um índice chamado “Taxa de Hegemonia” para medir o domínio dos grupos de direita e esquerda nos legislativos municipais. O indicador varia de zero a um, sendo que valores acima de 0,81 indicam hegemonia da direita. Esse cenário já se desenha para 2025 em milhares de cidades.
O estudo destaca que, em 2.076 dessas câmaras, todos os vereadores eleitos pertencem a partidos de direita, como PL, União Brasil, Republicanos, PSDB e PSD. Cidades como Porto Velho (RO), Praia Grande (SP) e Vespasiano (MG) estão entre os exemplos onde a esquerda não obteve nenhuma cadeira.
As localidades onde a direita domina representam uma população de 83 milhões de habitantes, enquanto as câmaras com maioria de vereadores de esquerda somam apenas 7 milhões de pessoas, espalhadas por 382 câmaras.
O domínio da direita é mais intenso nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte, onde a Taxa de Hegemonia atinge níveis próximos a 1. No Nordeste, embora a direita também seja predominante, o índice é relativamente mais baixo (0,78), indicando uma presença menor em comparação com outras áreas do país.
O estudo reflete uma tendência observada nas prefeituras, que também sofreram um movimento de “endireitamento” após o último pleito.
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