Funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgaram uma carta aberta solicitando a intervenção do Congresso Nacional contra a criação da Fundação IBGE+, proposta pelo atual presidente do órgão, Márcio Pochmann. Segundo os servidores, a iniciativa ameaça a autonomia técnico-científica do instituto e compromete a confiabilidade dos dados produzidos pela instituição.
Criação da Fundação IBGE+ gera crise interna
A Fundação IBGE+, entidade de direito privado, foi criada com o objetivo de captar recursos não-orçamentários para modernizar as pesquisas do instituto. No entanto, sindicatos e servidores denunciam que a fundação pode comprometer a independência do órgão e atuar como um “IBGE paralelo”, sem a devida transparência e consulta ao corpo técnico da instituição.
A Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP) afirma que a fundação foi constituída sem amplo debate e apresenta “graves inconsistências jurídicas”. Para a entidade, a medida representa uma precarização dos serviços estatísticos e geográficos nacionais.
Paralisações e denúncias contra a gestão Pochmann
Desde que assumiu a presidência do IBGE, em julho de 2023, Márcio Pochmann tem enfrentado forte resistência interna. Servidores relatam posturas autoritárias e falta de diálogo da gestão, o que levou a mobilizações e paralisações em diversas unidades do instituto. A ASSIBGE, sindicato que representa os trabalhadores do órgão, convocou uma reunião emergencial para debater estratégias contra a Fundação IBGE+.
A tensão se intensificou após Pochmann acusar os servidores de espalharem desinformação sobre o instituto e sugerir que poderia recorrer à Justiça contra as críticas. Em resposta, mais de 130 coordenadores e técnicos do IBGE assinaram uma carta reafirmando o compromisso com a qualidade dos dados produzidos e denunciando a condução política e autoritária do instituto sob a atual gestão.
Pedido de intervenção do Congresso e órgãos internacionais
A CNSP pede que o Congresso Nacional adote medidas legislativas para barrar a Fundação IBGE+ e que o Estado brasileiro seja denunciado na Organização Internacional do Trabalho (OIT), na Comissão Interamericana de Direitos Humanos e na ONU por violações de direitos trabalhistas.
Os servidores alertam que a crise no IBGE pode comprometer a credibilidade dos indicadores socioeconômicos do país, fundamentais para a formulação de políticas públicas. Diante das denúncias e do impasse entre a presidência do órgão e seus funcionários, o futuro do IBGE e de sua independência técnica permanece incerto.
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