Elon Musk, o empresário conhecido por sua atuação na área de tecnologia e inovação, tem protagonizado uma série de embates públicos por meio de sua rede social, o Twitter, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O conflito teve início após Moraes determinar a suspensão de contas ligadas a investigados por atos antidemocráticos na plataforma de Musk.
Em sua mais recente publicação na noite de segunda-feira, 8 de abril, Musk chamou Moraes de “ditador do Brasil” e afirmou que o ministro tem “Lula na coleira”, insinuando uma suposta influência indevida sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O confronto se acentuou no sábado, 6 de abril, quando o STF exigiu a suspensão de contas na plataforma de Musk. Em resposta, o bilionário sul-africano classificou os bloqueios como “censura” e expressou sua intenção de não mais cumprir determinações judiciais nesse sentido, declarando que “princípios são mais importantes do que o lucro”.
No decorrer do embate, Musk também compartilhou com seus seguidores na rede social sugestões para o uso de VPNs, uma ferramenta que pode contornar bloqueios de contas restritas por ordem da Justiça. Além disso, ele republicou mensagens de políticos brasileiros, como o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS), que criticavam as ações de Moraes.
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, também se manifestou sobre o caso, alertando que qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal e enfatizando que as decisões judiciais devem ser respeitadas e não deliberadamente desobedecidas.
Elon Musk já está formalmente sob investigação do Supremo por conta desse embate. Ele foi incluído no inquérito das milícias digitais, relatado por Alexandre de Moraes, que alega que Musk iniciou uma campanha de desinformação e instigou a desobediência à Justiça brasileira em relação ao bloqueio de perfis investigados por disseminar notícias fraudulentas.
O embate entre Musk e o STF tem gerado repercussões significativas, destacando questões de liberdade de expressão, controle judicial sobre plataformas digitais e os limites da atuação de empresas estrangeiras no contexto brasileiro.