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Estoque de vacinas contra Covid-19 esgota, e governo enfrenta crise com doses vencidas

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontra diante de uma crise no abastecimento de vacinas contra a Covid-19, após parte significativa de um lote de imunizantes da Moderna perder a validade. De acordo com informações divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo, aproximadamente um terço das doses adquiridas ficou armazenado além do prazo de validade no Ministério da Saúde, gerando um desabastecimento crítico em vários estados, especialmente para o público infantil.

O lote em questão faz parte de um contrato de 12,5 milhões de vacinas adaptadas à variante XBB, no valor de R$ 725 milhões. Desse total, 8,26 milhões de doses foram distribuídas para os estados, enquanto cerca de 4,2 milhões permaneceram no estoque. A farmacêutica Moderna já recolheu 1,2 milhão de doses e deve substituí-las por vacinas com prazo de validade maior. Entretanto, aproximadamente 3 milhões de doses já vencidas deverão ser trocadas apenas em dezembro por uma versão mais recente do imunizante, adaptada à cepa JN.1.

O Ministério da Saúde, liderado por Nísia Trindade, admitiu a falta de vacinas nos estados e municípios, ressaltando que a escassez afeta principalmente as doses destinadas ao público infantil. O diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, afirmou que, apesar de haver planejamento e orçamento, questões logísticas e campanhas de desinformação sobre a vacinação contribuíram para o problema.

Gatti também destacou que as vacinas da Moderna enviadas ao Brasil tinham um prazo de validade inferior ao estipulado no contrato. O Ministério da Saúde solicitou a troca das doses que estavam prestes a expirar, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, em setembro, a importação de 1,2 milhão de vacinas com validade até 2025 para substituir os lotes vencidos.

Ainda segundo a Folha de S.Paulo, a distribuição das vacinas enfrentou um ritmo decrescente ao longo dos meses. Enquanto em maio 3,55 milhões de doses foram enviadas aos estados, esse número caiu para 550 mil em setembro. A baixa adesão à vacinação também foi registrada, com apenas 3,1 milhões de doses aplicadas, menos da metade das vacinas distribuídas.

O Ministério da Saúde culpou campanhas de fake news, que afetaram a confiança na vacinação, e as exigências de armazenamento em temperaturas extremamente baixas como fatores que dificultaram a campanha de imunização. A pasta se comprometeu a resolver o desabastecimento infantil em breve e continuará negociando com a Moderna para garantir a troca das doses vencidas.


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