Após dois anos de invasão, a Rússia admitiu nesta sexta-feira (22) que se encontra em um “estado de guerra” na Ucrânia, desencadeando uma série de ataques devastadores que deixaram mortes e destruição no país vizinho.
Na madrugada de sexta-feira, a Rússia lançou cerca de 90 mísseis e 60 drones explosivos, fabricados no Irã, contra instalações de energia na Ucrânia, resultando na morte de pelo menos cinco pessoas e deixando mais de 20 feridas. Os ataques atingiram nove regiões ucranianas, incluindo áreas próximas à linha de frente e até mesmo regiões distantes no oeste do país.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, descreveu os ataques como o “maior ataque contra a indústria energética ucraniana dos últimos tempos”, destacando danos a centrais elétricas, linhas de alta tensão e até mesmo uma represa hidrelétrica. A situação é particularmente grave na região leste de Kharkiv, além de outras áreas afetadas como Odessa, Kirovograd e Dnipropetrosvk.
O bombardeio também atingiu uma das linhas de energia elétrica que abastecem a central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, levantando preocupações sobre um possível “apagão” na instalação, que está sob ocupação russa.
Enquanto isso, a Ucrânia expressa frustração com o atraso na entrega da ajuda militar prometida pelos aliados ocidentais, em meio a um impasse político nos Estados Unidos que mantém bloqueado um pacote de 60 bilhões de dólares destinado ao país.
A violência se estendeu além das fronteiras da Ucrânia, com relatos de um bombardeio em Belgorod, uma cidade russa próxima à fronteira com a Ucrânia, resultando em uma morte e vários feridos. O Ministério da Defesa russo alegou ter destruído foguetes lançados a partir da Ucrânia que sobrevoavam a região.
O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu represálias após o aumento dos ataques ucranianos nas últimas semanas, marcando uma escalada preocupante no conflito entre os dois países. Enquanto isso, a população russa enfrenta o impacto direto da guerra, contradizendo as garantias anteriores do Kremlin de que o conflito não afetaria o território russo.