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Dólar fecha em alta de R$ 5,66 após dia de volatilidade

O dólar comercial subiu 0,22%, fechando a R$ 5,66 nesta terça-feira, após atingir a máxima de R$ 5,70 durante o dia, o maior patamar desde janeiro de 2022. A alta ocorreu mesmo com a desvalorização do dólar no exterior, influenciada por declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre desinflação nos EUA.

Circulou um rumor de que o Banco Central brasileiro sondava bancos sobre a demanda por swap cambial, indicando uma possível intervenção para evitar movimentos disfuncionais no câmbio. Com apenas dois dias em julho, o dólar já acumula uma valorização de quase 2%.

Analistas apontam que a alta recente do dólar, que supera 7% nos últimos 30 dias, é excessiva e não baseada em fundamentos econômicos. Eles destacam a falta de clareza do governo sobre o cenário fiscal como um fator de incerteza que alimenta a valorização do dólar.

Impacto das Declarações de Lula

O presidente Lula classificou a alta do dólar como preocupante e fruto de especulação. Ele mencionou uma reunião para discutir medidas contra a valorização da moeda americana, mas não detalhou quais seriam essas ações, aumentando a incerteza no mercado. Economistas discordam das afirmações de Lula, apontando que a alta do dólar reflete as incertezas fiscais e não apenas especulação.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou em evento em Portugal que a inflação no Brasil está convergindo para a meta e que o prêmio de risco na curva de juros está muito elevado. Suas declarações trouxeram alívio momentâneo para os ativos locais.

Simone Tebet, ministra do Planejamento, afirmou não ver necessidade de contingenciamento no Orçamento neste momento, aumentando o estresse nos ativos e a aversão ao risco no mercado. Ela destacou que decisões sobre contingenciamento dependem de relatórios da Receita.

Pelo terceiro dia consecutivo, o dólar subiu no Brasil, alcançando R$ 5,66 após declarações do presidente Lula sobre especulações contra o real. Lula afirmou que se reunirá para discutir a suposta especulação contra o real.

No último mês, o dólar acumulou alta de 7,95% e, desde janeiro, de 16,78%. O discurso intervencionista de Lula não agradou aos investidores, que enfrentam incertezas externas, como a taxa de juros dos EUA. Analistas apontam que a alta do dólar pode desorganizar o planejamento das empresas e pressionar a inflação, prejudicando os objetivos de Lula de reduzir a taxa de juros.

O mercado financeiro elevou as projeções de cotação do dólar, com a previsão para o câmbio em 2024 subindo de R$ 5,15 para R$ 5,20.

A estratégia de Lula de criticar a independência do Banco Central e os cortes de despesas parece não estar funcionando, com o dólar renovando o mais alto nível desde janeiro de 2022. A alta do dólar também pressiona a curva de juros futuros, com o mercado precificando mais de 1 ponto percentual de alta na Selic até o fim do ano.

Lula manteve um discurso agressivo contra o Banco Central, gerando mais incerteza no mercado. Roberto Campos Neto, do Banco Central, participou de um evento em Portugal, destacando que a inflação no Brasil está convergindo para a meta.

Previsão Econômica

O relatório Jolts nos EUA deve mostrar um desaquecimento no número de vagas abertas no mercado de trabalho americano, o que pode afetar o comportamento do dólar. No Brasil, as declarações de Lula e a falta de clareza nas ações do governo continuam a gerar incertezas no mercado.

Haddad sobre Lula e Dólar

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou contrapor as falas de Lula com ênfase na responsabilidade fiscal e no respeito às instituições, mas sem sucesso. Ele afirmou que o que vai acalmar o mercado é a autonomia do Banco Central e a rigidez do arcabouço fiscal. Haddad também mencionou uma possível proposta de mudança no IOF sobre o câmbio, mas destacou que o foco está na agenda fiscal.


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