Na última segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que não houve invasões recentes de terras rurais por movimentos sem-terra no Brasil. “Faz tempo que sem-terra não invade terra neste país”, afirmou durante uma entrevista à Rádio Princesa. Lula destacou que os movimentos sem-terra se transformaram em pequenos produtores altamente produtivos.
Abril Vermelho do MST Ignorado por Lula
Contradizendo a afirmação do presidente, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou, em abril de 2024, uma série de ocupações em todo o país. O “Abril Vermelho” de 2024, organizado pelo MST, afetou 60 propriedades em 18 estados diferentes, reivindicando assentamentos e reforma agrária em terras consideradas improdutivas. Entre as áreas ocupadas estavam um território da Embrapa Semiárido e uma área da Codevasf em Petrolina (PE).
Enfoque na Reforma Agrária Pacífica
Lula enfatizou que, durante seus mandatos anteriores, conduziu uma reforma agrária “pacífica e muito tranquila”, sem violência. “Nós temos uma Constituição que define como é feita a reforma agrária”, afirmou o presidente.
Bancos e o Agronegócio
O presidente também apontou que os bancos são os principais responsáveis pela tomada de terras do agronegócio, citando o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. “O agronegócio não deveria ter medo das ocupações dos sem-terra, porque quem está tomando terra deles hoje são os bancos, que compram o título da dívida agrária deles”, disse Lula. Ele ressaltou que, uma vez que os bancos compram os títulos, eles buscam recuperar o valor investido, podendo tomar as terras dos devedores.
Histórico do Abril Vermelho
A manifestação anual do MST, conhecida como “Abril Vermelho”, ocorre desde 1997. Esta ação rememora o episódio de 17 de abril de 1996, quando 21 integrantes do MST foram assassinados durante uma operação para desobstruir uma estrada. Este trágico evento é conhecido como “Massacre de Eldorado dos Carajás”. Portanto, o “Abril Vermelho” é um ato de memória a este incidente.
