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Tirzepatida reduz significativamente apneia do sono em pacientes com obesidade, revela estudo

O uso de tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, pode reduzir significativamente as interrupções respiratórias noturnas em pessoas com obesidade e apneia do sono, de acordo com um estudo na revista The New England Journal of Medicine. Aprovado pela Anvisa para tratar diabetes tipo 2, o Mounjaro ainda não é vendido no Brasil, mas é usado em outros países para combater a obesidade.

O estudo mostrou que doses de 10 ou 15 mg de tirzepatida reduziram em média 62,8% o índice de apneia-hipoapneia (IAH), diminuindo cerca de 30 eventos por hora. A pneumologista Erika Cristine Treptow destacou que uma redução de pelo menos 15 eventos por hora já é clinicamente significativa.

A apneia do sono, caracterizada por pausas respiratórias durante o sono, é comum em pessoas com obesidade, que representam cerca de 70% dos casos, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. A perda de peso é crucial para tratar a condição, que é agravada pelo acúmulo de gordura na região do pescoço e garganta.

A tirzepatida imita hormônios intestinais como o GLP-1 e o GIP, controlando o açúcar no sangue e a saciedade. Em ensaios clínicos, resultou em uma perda média de 13% do peso corporal em 12 semanas e, no estudo específico para apneia do sono, cerca de 20% em 52 semanas. Segundo o pesquisador Drager, a melhora na apneia é um efeito indireto da perda de peso proporcionada pelo medicamento.

O estudo incluiu pessoas com apneia do sono moderada a grave, divididas em dois grupos: um sem tratamento prévio e outro utilizando CPAP (gerador de pressão positiva contínua). Após 52 semanas, 43% do primeiro grupo e 51,5% do segundo apresentaram melhora significativa.

A farmacêutica Eli Lilly solicitou ao FDA a autorização para uso da tirzepatida no tratamento de apneia do sono moderada a grave e obesidade, e planeja submeter pedidos a outras agências reguladoras globais em breve. Especialistas, no entanto, ressaltam que a tirzepatida não substituirá os tratamentos tradicionais, mas será uma opção adicional para pacientes obesos.


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