A relação entre o governo e o Congresso Nacional enfrenta desafios, com a base governista culpando o Centrão e este cobrando mais empenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A oposição também promete reagir às críticas do presidente.
Durante seus primeiros mandatos, Lula era conhecido por sua habilidade em negociar com diversos partidos. No entanto, seu terceiro mandato enfrenta um cenário mais conservador e polarizado. Parlamentares do Centrão, liderados por Arthur Lira (PP-AL), acusam Lula de “desinteresse” em negociações, apesar de sua intenção declarada de melhorar as relações com o Legislativo.
Os deputados criticam a falta de empoderamento das lideranças governistas e a ausência de Lula como articulador principal. José Guimarães (PT-CE) lidera o governo na Câmara, Jaques Wagner (PT-BA) no Senado, e Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) no Congresso. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, enfrenta desacordos públicos com Lira e outros líderes políticos.
Congressistas criticaram Lula por suas declarações sobre a oposição, incluindo um comentário recente onde expressou satisfação por irritar seus adversários.
Já os parlamentares governistas acreditam que cumprem seu papel na articulação política e culpam o Centrão pelas dificuldades. Lula, em um evento na Bahia, pediu à base que defendesse sua gestão das críticas, destacando que não devem “levar desaforo para casa”.
Uma integrante da base afirmou que os partidos de esquerda já defendem Lula regularmente, mas que outros partidos da base, que não apoiaram originalmente o governo, precisam intensificar sua atuação.
Para ampliar sua base no Congresso, Lula nomeou deputados do Centrão para ministérios, como Silvio Costa Filho (Republicanos), André Fufuca (PP) e Celso Sabino (União Brasil). No entanto, essas nomeações não evitaram derrotas no Congresso em temas importantes. Uma deputada governista sugeriu que Lula quer dar mais “autonomia” aos parlamentares para evitar a necessidade de vetar propostas sensíveis.
