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Brasileiro morre na guerra da Ucrânia após quase dois anos lutando

O jovem brasileiro Murilo Lopes Santos, de 26 anos, faleceu em combate na Guerra da Ucrânia, na cidade de Zaporizhzhia. Lutando no país europeu desde novembro de 2022, Murilo era natural de Castro, nos Campos Gerais do Paraná. A notícia de sua morte foi confirmada na manhã da última sexta-feira.

Murilo embarcou para a Ucrânia em 3 de novembro de 2022, motivado pelo desejo de lutar ao lado das forças armadas ucranianas contra a invasão russa. Sua mãe, Rosângela Pavin Santos, revelou que ele sentia fortemente que defender a Ucrânia era o ideal dele. “Ele falava: ‘É muito covarde o que fizeram com a Ucrânia e eu quero defender’. E aquilo ficou na cabeça, no coração dele”, disse ela em entrevista ao G1.

Contexto da Guerra

A guerra na Ucrânia começou em 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu o país, realizando ataques por terra, ar e mar. O conflito não tem previsão de acabar, e Murilo é o segundo paranaense a perder a vida na batalha. Em agosto de 2023, outro paranaense, de Curitiba, também morreu no combate.

Carreira e Motivação

Murilo sempre teve o sonho de seguir carreira militar. No Brasil, ele serviu ao Exército em Castro por aproximadamente um ano e meio, sendo desligado após completar o tempo de serviço obrigatório. Mesmo fora do Exército, ele continuou se preparando, fazendo cursos online e aprendendo várias línguas.

Rosângela relatou que Murilo organizou toda a viagem sozinho, desembarcando em Cracóvia, na Polônia, e depois pegando um ônibus até a divisa com a Ucrânia, onde passou cerca de um mês em Ternopil antes de seguir para Zaporizhzhia. Ele escolheu a Ucrânia como país para viver e não planejava retornar ao Brasil.

Últimos Contatos

Murilo era reservado e mantinha contato com a família por mensagens, que se tornaram cada vez mais escassas. O último contato com a mãe foi em 2 de julho, antes de uma nova missão. A notícia de sua morte chegou através de um colega de combate, que enviou uma mensagem para o pai de Murilo pelas redes sociais, informando sobre a situação complicada no local.

Desafios para a Família

Até o momento, nenhuma autoridade ucraniana ou embaixada entrou em contato com a família de Murilo. A mãe, Rosângela, agora enfrenta a difícil tarefa de tentar trazer o corpo do filho de volta ao Brasil. Ela expressa a angústia e impotência diante da espera e da falta de informações concretas sobre o procedimento para repatriar o corpo. “O que está sendo bem difícil é essa espera, porque a gente não sabe quanto tempo vai levar, quantos dias… Então, a gente fica de mãos atadas, sem poder fazer nada. Tô me sentindo muito impotente, a gente está bem perdido”, lamenta.

A família possui apenas um contato de outro brasileiro que também está lutando na Ucrânia, natural do Rio Grande do Sul, que tenta ajudar a fornecer informações e suporte durante este momento difícil.


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