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Stock Car – Organizadores questionam corte de 5 mil árvores pela UFMG nos últimos 20 anos

Os organizadores da Stock Car BH denunciaram ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Ministério Público Estadual (MPMG) que a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) cortou 5 mil árvores nos últimos 22 anos sem comprovar compensações ambientais. Segundo a denúncia, durante a gestão da atual reitora, Sandra Regina Goulart, quase 1.000 árvores foram cortadas sem as devidas compensações. A denúncia foi protocolada nesta segunda-feira (8).

A denúncia surgiu como resposta a três processos conduzidos pela UFMG e associações de moradores, que tentam barrar a realização da corrida de rua, citando também o corte de árvores e possíveis danos à fauna e flora da universidade devido ao ruído dos carros.

Um estudo técnico encomendado pelos organizadores da prova aponta que, para compensar a remoção das mais de 5 mil árvores, a UFMG deveria plantar pelo menos dez mil árvores. No entanto, esse plantio não foi registrado nos sistemas da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Além disso, o estudo revelou que a UFMG plantou árvores exóticas no campus Pampulha, o que é considerado irregular por especialistas ambientais.

O estudo foi realizado pela Geoline Engenharia LTDA e assinado por nove peritos ambientais, incluindo engenheiros ambientais e florestais, um advogado especialista em direito ambiental, um engenheiro de agricultura, um geógrafo e um biólogo. Foram utilizados métodos como aerolevantamento, fotos em solo, imagens do Google, mapeamento por GPS, medições específicas e levantamentos documentais.

Críticas à UFMG

Os organizadores da Stock Car BH questionam como a UFMG realizou essas intervenções no campus Pampulha sem cumprir as obrigações ambientais. A denúncia destaca que durante as gestões de cinco reitores, incluindo a atual reitora Sandra Regina Goulart, 968 árvores foram suprimidas.

Sérgio Sette Câmara, um dos organizadores da prova, enfatiza a necessidade de investigar a denúncia rigorosamente: “Acreditamos que isso deve ser apurado com todo o rigor, especialmente considerando as críticas que recebemos por alegadas motivações ambientais.”

O laudo técnico afirma que o campus está em uma área de transição entre os biomas Mata Atlântica e Cerrado e denuncia o plantio inadequado de espécies vegetais. Em algumas áreas, árvores da Mata Atlântica foram substituídas por espécies exóticas, como a Leucaena.

Ações Judiciais Contra a Corrida

A prova da Stock Car é alvo de três ações na Justiça Federal, incluindo uma ação popular movida por moradores da região da Pampulha e duas ações civis públicas, sendo uma movida pela UFMG e outra pelo MPF. Essas ações denunciam o corte de 63 árvores no entorno do Mineirão e os danos potenciais à fauna e flora devido ao ruído dos veículos durante a corrida.

Defesa dos Organizadores da Stock Car

Os organizadores defendem que a realização da prova foi aprovada em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) e que os cortes de árvores foram autorizados. Como medida compensatória, eles alegam ter custeado o plantio de 688 árvores e anunciado a doação de outras 1.000 árvores para serem plantadas.

Medidas Mitigatórias

A prefeitura de Belo Horizonte assegurou que a corrida será realizada com carbono neutro e que medidas serão implementadas para compensar os gases gerados pelos veículos. Em caso de acidentes ou vazamentos de óleo, tecnologias da Fórmula 1 serão usadas para evitar danos ao solo. A prefeitura garantiu que todas as práticas ambientais internacionais do automobilismo serão seguidas para obter as licenças necessárias para a realização da corrida.


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