Funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) acusam a direção da Agência Brasil de censurar uma notícia sobre uma suspeita de fraude em licitação do governo. O Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu uma licitação de R$ 197 milhões da Secretaria de Comunicação Social (Secom), órgão ao qual a EBC é subordinada. O incidente ocorreu nesta quarta-feira.
O TCU decidiu suspender uma licitação no valor de R$ 197 milhões, relacionada à Secom, devido a suspeitas de irregularidades.
Apesar da relevância do assunto e de sua ampla cobertura pelos principais portais de notícias do país, a Agência Brasil, que distribui textos e imagens a centenas de veículos de comunicação, não publicou a notícia.
Repórteres da EBC questionaram a ausência do tema no noticiário interno. De acordo com relatos feitos à coluna, eles foram informados de que a agência não abordaria o assunto.
A coluna procurou a direção da Agência Brasil e a assessoria da EBC para comentar a situação, mas não recebeu resposta. O espaço continua aberto para manifestação.
Curiosamente, a Secom não deixou de se manifestar sobre a decisão do TCU. Em nota divulgada na quarta-feira, afirmou que aguardava a notificação para tomar “providências cabíveis”.
A Agência Brasil pertence à EBC, mas não é um órgão de assessoria do governo. Ela se define como uma agência pública de notícias, com o compromisso de buscar “honestidade, precisão e clareza das informações que transmite”.
A acusação de censura pela Agência Brasil levanta questões sobre a liberdade editorial e a independência da EBC como uma agência pública de notícias. O caso atual de omissão de uma notícia relevante sobre suspeita de fraude em licitação do governo intensifica as preocupações com possíveis pressões governamentais sobre a cobertura jornalística.
