A partir desta segunda-feira (22), os servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) iniciaram uma “operação padrão”, em protesto contra a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A União dos Profissionais de Inteligência de Estado (Intelis) descreveu o atual governo como um “governo do desmonte” e alertou sobre possíveis impactos negativos nas operações da agência.
A “operação padrão” é uma forma de protesto onde os servidores seguem rigorosamente as normas e procedimentos, o que, na prática, reduz a eficiência e produtividade, podendo causar atrasos em atividades essenciais. A Intelis destacou que a operação pode afetar eventos importantes, como o Concurso Nacional Unificado (CNU), a reunião do G20 e a desintrusão de terras indígenas, além de atrasar nomeações para cargos públicos e operações de segurança.
Os servidores reivindicam recomposição salarial, alegando que foram ignorados pelo governo federal. Criticaram a proposta de zero por cento de aumento para a base da carreira em 2025 e uma proposta de 9,5% em 2025 e 5% em 2026 para o topo da carreira, considerada inadequada.
A “Abin paralela”, um esquema de espionagem ilegal identificado pela Polícia Federal durante o governo Bolsonaro, continua sendo investigada. A PF aponta que a agência monitorou ministros da Suprema Corte, parlamentares, advogados e jornalistas.
O Ministério da Gestão e Inovação (MGI) informou que está em negociação com os servidores e apresentou uma proposta de aumento salarial de 14,5% a 25,3% para a categoria, acumulado de 2023 a 2026. A proposta será submetida à apreciação das bases da categoria.
