O governo brasileiro prevê um déficit de R$ 28,8 bilhões nas contas públicas para 2024, conforme projeção divulgada na segunda-feira (22). Esse valor está dentro do limite estabelecido pela meta fiscal aprovada em 2023.
Para cumprir essa meta, o presidente Lula (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciaram o congelamento de R$ 15 bilhões no orçamento. Essa medida foi bem recebida pelo mercado, mas especialistas acreditam que não será suficiente, exigindo novos cortes até o fim do ano.
A preocupação com o controle de gastos vem após um período turbulento para a equipe econômica, com o dólar disparando após declarações do presidente sobre a política fiscal. Isso levou o real a ser uma das moedas que mais perderam valor frente ao dólar em 2024.
Embora o fortalecimento do dólar seja um fenômeno global, devido a fatores como a alta taxa de juros nos EUA e a corrida eleitoral americana, a queda acentuada do real reflete a preocupação do mercado com o compromisso fiscal do governo brasileiro.
A lógica é que gastos descontrolados fazem os investidores duvidarem da capacidade do país de honrar suas dívidas, reduzindo investimentos e entradas de capital. Isso leva à fuga de dólares, tornando a moeda mais escassa e cara no Brasil.