A Justiça condenou 15 pessoas envolvidas em um esquema de imigração ilegal em Minas Gerais, com destaque para Heli Moura de Paula, ex-vice-prefeito de Tarumirim, e seu irmão, Vanildo Moura de Paula. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o grupo operava desde 2018, cobrando valores entre US$ 15 mil e 22 mil das vítimas.
Os acusados, conhecidos como “coiotes”, organizavam viagens clandestinas para os Estados Unidos, utilizando métodos como o sistema “cai-cai”, onde adultos acompanhados por menores entregavam-se às autoridades americanas para solicitar asilo e, assim, ingressar ilegalmente no país.
As vítimas, pressionadas a pagar suas dívidas com ameaças e coação a familiares no Brasil, frequentemente recorriam à venda de bens pessoais, saques do FGTS e até entrega de carros para custear os valores exigidos.
O MPF relatou que uma das vítimas morreu tentando atravessar a fronteira do México com os EUA. Outras foram sequestradas e forçadas a pagar resgates exorbitantes, enquanto algumas foram deportadas. As travessias, muitas vezes perigosas e feitas por coiotes armados, expunham as vítimas a riscos severos, especialmente para crianças.
As investigações, que começaram em junho de 2019, envolveram a Polícia Federal (PF), que entrevistou cerca de 40 migrantes no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte e realizou buscas em várias cidades mineiras e outros estados, incluindo Rondônia.
O MPF também solicitou o aumento das penas para alguns dos réus, e os recursos serão analisados pelo Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6).
