A febre oropouche, uma arbovirose transmitida pelo mosquito-pólvora e pelo pernilongo, está preocupando autoridades de saúde em Minas Gerais. Desde as primeiras notificações em maio deste ano, os casos aumentaram significativamente, chegando a 147 diagnósticos em todo o estado, um crescimento de 77% em duas semanas. A cidade de Joanésia, no Vale do Aço, é a mais afetada, com 96 casos confirmados.
A Nova Ameaça
A febre oropouche, considerada uma versão “mais branda” da dengue, matou duas mulheres na Bahia, algo inédito no mundo. Isso aumentou a preocupação sobre a doença, que até 2023 não tinha registros em Minas Gerais. Segundo o infectologista Adelino de Mello Freire Jr., alterações climáticas e a vulnerabilidade ao vírus são fatores que facilitam a transmissão, e o aumento dos casos é esperado.
Regiões Mais Afetadas
O Vale do Aço concentra a maioria dos casos, com 144 dos 147 diagnósticos:
- Joanésia: 96 casos
- Coronel Fabriciano: 30 casos
- Timóteo: 15 casos
- Ipatinga: 3 casos
Outros casos foram registrados em Coroaci, Gonzaga e Congonhas.
Fatores Contribuintes
O clima quente e a falta de saneamento básico no Vale do Aço são apontados como fatores que facilitam a reprodução dos mosquitos vetores. Alterações climáticas e mobilidade das pessoas também contribuem para a disseminação da doença. A febre oropouche possui ciclos de transmissão silvestre e urbano, com o mosquito Culex, comum em áreas urbanas, sendo um vetor significativo.
Sintomas e Prevenção
Os sintomas incluem dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia, semelhantes aos da dengue e chikungunya. Não há tratamento específico, e o foco é no alívio dos sintomas e no repouso.
Para prevenir a doença, recomenda-se:
- Evitar áreas com muitos mosquitos.
- Usar roupas que cubram o corpo e repelente.
- Usar telas em portas e janelas.
- Manter a casa limpa e eliminar criadouros de mosquitos.
- Seguir orientações das autoridades de saúde local.
Alerta para Grávidas
O Ministério da Saúde emitiu um alerta específico para grávidas devido à possível ligação entre a febre oropouche e casos de microcefalia e abortamento, reforçando a necessidade de vigilância e prevenção.