Na última quinta-feira (1º/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou a nomeação de três novos desembargadores para o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), localizado em São Paulo. As nomeações serão oficializadas no Diário Oficial da União nos próximos dias e refletem a influência de diversos setores dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) e outras figuras políticas de destaque no cenário nacional.
Os novos desembargadores são os advogados Gabriela Araújo e Marcos Moreira, além da juíza Louise Filgueiras, que foi promovida por merecimento. Gabriela Araújo, que encabeçava uma das listas tríplices, é amiga pessoal de Janja Lula, esposa do presidente Lula e figura ativa em campanhas eleitorais, além de ser próxima ao deputado estadual Emídio Souza (PT).
A nomeação de Gabriela Araújo também contou com o apoio do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, que foi indicado por Jair Bolsonaro. Esse apoio destaca uma rara ponte entre diferentes administrações federais. Já Marcos Moreira teve o respaldo de Luiz Marinho, atual Ministro do Trabalho e ex-presidente do PT, representando uma vitória política sobre outros membros proeminentes do partido, como Gleisi Hoffmann e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
A escolha de Moreira também sinaliza uma disputa interna sobre a influência na nomeação de cargos judiciais, especialmente considerando a campanha nos bastidores pela nomeação de Verônica Sterman, que estava na mesma lista que Moreira.
As nomeações para o TRF-3 não são apenas uma formalidade administrativa, mas também um reflexo das alianças políticas e da capacidade de negociação dentro do espectro político brasileiro. Esses movimentos são fundamentais para entender a dinâmica do poder judicial e seu entrelaçamento com a política partidária no Brasil.
