Em entrevista ao CNN Entrevistas neste sábado (3), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), criticou a gestão federal liderada por Lula, afirmando que a assistência prometida para a “reconstrução do estado” precisa ser mais rápida e eficiente.
“O diálogo com o governo federal existe, há sensibilidade e ações são empreendidas. No entanto, os resultados efetivos entregues são muito menores do que a propaganda oficial sugere. Isso gera um incômodo profundo. Há muitas solenidades e anúncios, mas o que realmente chega às pessoas ainda é muito limitado”, afirmou Leite.
De acordo com o programa Brasil Participativo, o governo Lula destinou R$ 94,4 bilhões para a reconstrução do Rio Grande do Sul, com R$ 21,8 bilhões já liberados. Contudo, Leite argumenta que essa assistência tem falhado em áreas críticas, como a preservação de empregos e rendas, algo similar ao programa implementado durante a pandemia da Covid-19, que ajudou a financiar salários de trabalhadores afetados.
“Em contraste com os meses anteriores, onde houve geração de emprego no Brasil, o Rio Grande do Sul registrou saldo negativo no Caged devido à calamidade. O governo federal demorou a apresentar uma solução, recusou-se a reeditar medidas tomadas durante a pandemia. Pedimos, insistimos e lutamos muito por isso. A solução apresentada veio tarde e sua regulamentação é complexa e difícil”, explicou o governador.
Leite destacou ainda que grande parte dos recursos alocados chega através de operações de crédito com acesso dificultado pela burocracia.
“Pode parecer que R$ 90 bilhões chegaram diretamente nas contas do estado ou das prefeituras, mas não é assim. A maior parte desses recursos, pelo menos R$ 70 bilhões, está disponível através de operações financeiras. São financiamentos oferecidos por bancos como o BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, cooperativas de crédito e até o Banco do Estado do Rio Grande do Sul, para que as empresas possam acessar e financiar sua reconstrução com juros subsidiados pelo governo. Esses recursos estão sendo acessados, mas o processo é muito burocrático”, concluiu Leite.